Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

13 agosto 2008

Outra noite comigo

A cada noite destas tenho o prazer meio irônico e azedo de medir minha solidão e inconstância à desordem do meu pensamento.

Quando eu queria coisas simples eu fiquei feliz, mas ninguém compartilha de nada simples, simplesmente não. Os pedaços precisam ser bem maiores para satisfazer os enormes egos dos que amamos. Então fico assim, nem feliz nem infeliz, e parece que agrado mais.

Não estou triste. mas ando um pouco raivosa e cansada. Enxotar o cramunhão...

Indizível

Mais partidas. Desalentos. Vazios. Raiva contida direcionada para dentro. Formulando coisas sem nexo e não seguindo adiante, simplesmente não seguindo, estagnando, não realizando. Imagine um objeto, a felicidade perfeita, como um automóvel correndo numa estrada:

"Primeiro, eu emparelharia com o automóvel pela esquerda, à velocidade de um bólido, na esperança de ultrapassá-lo. Então, ele aceleraria mais e me impediria pouco a pouco de fazê-lo, afastando-se de mim à potência do seu motor. Exatamente esse tempo da sua arrancada, que revela minha impossibilidade de ultrapassá-lo (n.m.: ou alcancá-lo), e depois, de segui-lo, é a imagem do objeto que ... se persegue: o objeto só é seu à condição, não de ser capturado, mas, no extremo do esforço, escapar aos termos de uma tensão impossível. Ao menos, na arrancada de um automóvel mais rápido, eu atingi a felicidade que me teria no fundo escapado se ela não me tivesse, segundo a aparência, excedido. É que o automóvel mais forte não capta nada, enquanto o automóvel mais fraco, que o segue, tem consciencia da verdade da felicidade no momento em que o mais rápido lhe dá a sensação de estar recuando." (Bataille)

Mas sensação não é nada.

18 julho 2008

Tempo recorrente

Aproveitar o tempo tem sido a coisa mais difícil do mundo. Arranjei livros as pilhas, acaso as coisas demorassem e eu precisasse mesmo esperar. Esperas são realmente valiosas, mas quando chegam ao fim damos valor aquele tempo em que ficamos ali, esperando e nada fizemos. O que se esperava já não importa tanto e até incomoda, essa possibilidade de aproximação. Porque no meu caso, o motivo da minha espera era desejo só meu, tesouro egoísta e secreto, incompreendido e coisa ignorante até por aquilo que é esperado. Foi isso, esse tempo inóquo e vazio que teve uma importância vital na impotência e na anestesia incômoda que talvez venha a explodir aqui dentro, quando algumas flores voltarem a desabrochar. Já não importa a altura, o peso, a quantidade e nem ao menos o conteúdo do que se esperava. Nem importa a pouca importância que o ser esperado têm por qualquer uma de minhas ânsias, que são só minhas e não compartilhadas. Se houver algum sentido nisto tudo, coisa que ainda não descobri, espera-se até o ar.

Nada lhe pertence mais que seus sonhos
Friedrich Nietzsche

03 julho 2008

Propaganda básica - demorô

Se até o Drops da Fal fez, como é que eu mesma ainda não divulguei meu lado meiguinho? Então tá: conheçam minha lojinha on line, e de quebra o meu duplo, um lado mais colorido de ver as coisas...

Conspiração

Sou só eu ou alguém mais suspeita que aqueles nomes de autores dos Poemas nos ônibus são todos inventados? Ou são pseudônimos pela vergonha de escrever coisas tão ruins?

02 julho 2008

Soltaram a Ingrid

24 junho 2008

Em 2050, seremos todos vegetarianos

Comer menos carne é o único meio de alimentar 10 bilhões de humanos,
diz o autor de "O Fim da Comida" - Peter Moon.

ENTREVISTA - PAUL ROBERTS

QUEM É
Jornalista especializado em economia, tecnologia e meio ambiente. Tem 54 anos.

O QUE FEZ
Colaborou com a revista Harper's Magazine e com os jornais Los Angeles Times, The Washington Post e The Guardian (de Londres), entre outros.

O QUE PUBLICOU
The End of Oil (O Fim do Petróleo, 2004);
The End of Food (O Fim da Comida, 2008)

No Ensaio Sobre O Princípio Da População, publicado em 1798, o inglês Thomas Malthus fez uma afirmação alarmante. Como a população humana crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, no longo prazo o saldo desse descompasso seriam a fome e o aumento da mortalidade, ajustando o tamanho da população à oferta de alimento. Em 1800, havia 1 bilhão de humanos. Hoje, somos 6,6 bilhões. A produção agrícola superou a explosão populacional. Malthus estava errado? Para o jornalista americano Paul Roberts, de 54 anos, talvez não. A hora de Malthus pode ter chegado. Em The End of Food (O Fim da Comida, editora Houghton Mifflin), Roberts prevê que, até 2050, a demanda por comida ultrapassará a oferta. Um primeiro alerta seria a atual explosão do preço dos alimentos.

A tonelada de arroz passou de US$ 400 para US$ 1.000 em cinco meses. No Brasil, o feijão subiu 168,44% em 12 meses. A culpa, para os analistas, é de chineses e indianos, que estão ganhando mais e comendo mais. Em 2030, a China importará 200 milhões de toneladas de grãos, ou seja, todo o excedente exportável mundial. O que sobrará para os países pobres? Se nada for feito, a fome.

ÉPOCA – Malthus estava certo?
Paul Roberts – Após 200 anos, é cada vez mais difícil dizer "não" a essa pergunta. Continuamos desenvolvendo novas tecnologias para produzir mais comida, mas enfrentamos novas restrições que os fazendeiros do passado não tinham. Historicamente, a forma de aumentar a produção era expandir a área plantada. Isso é cada vez mais difícil. A maioria das terras aráveis do planeta já é usada e a maior parte do que resta são as últimas florestas. É o caso do Brasil, onde as novas áreas de plantio são obtidas à custa da derrubada de florestas.

ÉPOCA – É hora de outra Revolução Verde?
Roberts – A Primeira Revolução Verde, que transformou a agricultura entre os anos 40 e 60, multiplicou a produção de alimentos graças ao uso de fertilizantes e ao desenvolvimento de novas sementes. Ainda é possível aumentar a produtividade usando os transgênicos. Mas essa tecnologia tem seus limites. Não podemos também esquecer que o preço da energia está subindo e que a agricultura moderna foi pensada no tempo em que o barril de petróleo custava US$ 20. Caso o preço se estabilize entre US$ 125 e US$ 200, o sistema atual não se sustenta.

ÉPOCA – O que fazer?
Roberts – Há três grandes desafios para criar uma Segunda Revolução Verde. O primeiro é o aumento do preço do gás natural, o principal insumo na produção de nitrogênio sintético, que por sua vez é o maior insumo dos fertilizantes. A maior parte do excedente agrícola atual se deve à disponibilidade de nitrogênio barato. Se o preço dos fertilizantes se mantiver elevado, alimentar daqui a 50 anos outros 4 bilhões de pessoas, além dos 6,6 bilhões atuais, será um tremendo desafio. É preciso alternativas para produzir novos fertilizantes.

ÉPOCA – O segundo desafio é…
Roberts – A falta d'água. Para isso não existe alternativa. Não há continente onde não falte água. Cada país responde ao desafio de forma diferente. A China está substituindo a produção de grãos, que usa irrigação maciça, pela de frutas e verduras, que consome menos água. Em 2007, importou 30 milhões de toneladas de soja, boa parte oriunda do Brasil. Isso significa que a China está importando de vocês sua água. Está ocorrendo uma mudança no "mercado virtual" de água. Por algum tempo, isso deve contrabalançar a escassez. Mas, no fim das contas, não existe água suficiente no mundo para atender ao aumento projetado na demanda de alimentos.

ÉPOCA – E o terceiro?
Roberts – O último é o maior de todos: as mudanças climáticas. Elas vão dificultar o aumento na produção de comida e acentuar a escassez de água. A alteração do clima também será um desafio para que grandes exportadores, como os Estados Unidos e o Canadá, consigam elevar sua produção. Os desafios são complexos e as respostas para eles também. Será preciso reduzir o uso de energia e de água na agricultura, ao mesmo tempo que se elevam a eficiência e a produtividade. Porém, isso não será o bastante. Seremos obrigados a comer menos.

ÉPOCA – A Terra pode alimentar 2,5 bilhões de bocas com uma dieta ocidental, rica em carne, ou 20 bilhões de vegetarianos. Mas somos 6,6 bilhões…
Roberts – A pecuária e a avicultura consomem grande parte da produção de grãos. Tome o exemplo dos Estados Unidos, com um consumo anual per capita de 100 quilos de carne, comparado ao da Índia, com 15 quilos. É preciso elevar o consumo da Índia e desencorajar o consumo nos Estados Unidos e na Europa, para tentar atingir uma média global de consumo mais justa e sustentável.

ÉPOCA – Isso não é utopia?
Roberts – É preciso reduzir o consumo de carne. A questão é como fazê-lo. Nos Estados Unidos não se toca no assunto. Achamos que comer carne é um direito eterno. Seu consumo é considerado um índice de prosperidade – apesar dos problemas de saúde, como doenças cardíacas, que seu consumo acarreta.

ÉPOCA – No Brasil, é a mesma coisa.
Roberts – O Brasil está se desenvolvendo, e a lógica pressupõe que num país bem-sucedido come-se tanta carne quanto se deseja. Para inverter essa lógica, é preciso um líder corajoso e habilidoso. Essa não é uma prioridade dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Cedo ou tarde, essa discussão terá de ser atacada.
"Como dizer a 1,3 bilhão de chineses que eles devem comer menos
carne, se isso tem sido um objetivo humano por milhares de anos?"

ÉPOCA – Barack Obama e John McCain têm opinião a respeito?
Roberts – Não sei. Não é uma questão que eles levantariam na campanha. Não soaria como algo patriótico.

ÉPOCA – O aumento do preço da comida ameaça elevar em 100 milhões o total de 862 milhões de famintos no planeta. Mas há 1 bilhão de pessoas com sobrepeso. O problema da humanidade é a fome ou o diabetes?
Roberts – Ambos são problemas. Se fosse forçado a escolher, priorizaria a subnutrição, pois ela mata as pessoas muito mais cedo, e sua solução contribuiria para a estabilidade do clima. Dito isso, se fracassarmos em lidar com a questão da obesidade, no longo prazo pagaremos um enorme preço na forma de despesas médicas. Por 200 mil anos, a espécie humana teve sua dieta restrita pela disponibilidade ou não de alimento. A invenção da agricultura, há 10 mil anos, mudou esse padrão. A obesidade é conseqüência do acesso a uma alimentação farta e barata. Para manter uma dieta saudável, é preciso disciplina, e nós não fomos biologicamente projetados para controlar nossa gula.

ÉPOCA – O Brasil será o celeiro do mundo à custa da destruição da Amazônia?
Roberts – Apesar de conhecermos as conseqüências científicas e ambientais da rápida expansão da agricultura, somos incapazes de resistir à pressão política e econômica. Na imprensa econômica americana, o Brasil é retratado como uma história de sucesso. O país será uma superpotência na produção de alimentos. No entanto, quando olhamos as publicações científicas, o Brasil é retratado em termos muito negativos. A lógica gira em torno do fato de a população chinesa ganhar hoje o suficiente para comer carne, o que leva à destruição das florestas no Brasil. A questão fundamental é: como dizer a 1,3 bilhão de chineses que eles devem comer menos carne, se comer carne tem sido um objetivo humano por milhares de anos?

ÉPOCA – Seu livro anterior se chamava O Fim do Petróleo. O atual é O Fim da Comida. Qual será o próximo, o fim da água? O fim da natureza? O fim da esperança?
Roberts – (Risos.) Vou trabalhar num livro sobre as finanças globais, outro desastre. O mercado financeiro é a chave de tudo. Nada do que conversamos, como a conversão de florestas em área de cultivo no Brasil, pode acontecer sem a ajuda dos mercados financeiros. Eles estão em crise. São uma faca de dois gumes que é preciso entender melhor.

ÉPOCA – O senhor é otimista com o futuro?
Roberts – Acho que sou. Ao dissecar a questão da escassez de recursos, aprendi como as coisas podem se tornar ruins. Eu sei qual é o pior cenário possível se não alterarmos a rota na qual caminhamos. Com isso em mente, acredito que qualquer mudança será para melhor. É muito fácil ser pessimista, mas isso não faria o menor sentido. A humanidade sempre conviveu com a escassez. Essa é a condição humana.

Fonte: Revista Época

13 junho 2008

Momentos

Fotinhos aqui de casa feitas pelo Márcio, semana passada...

12 junho 2008

Plagiando

Desi, eu casava e até mantinha as argolinhas na orelha.
Tu é muito exigente.


Depois de muito tempo

Como assim, tá só em casa e sem tempo?
É assim mesmo, todo dia tenho uma lista colada na geladeira de todas as coisas que tenho/quero fazer, e nem sempre dá pra cumprir. Ontem queimou o chuveiro e eu mesma troquei a resistência, alicates e instruções na mão. Agora mesmo só estou esperando uma entrega para sair e fazer uma entrega minha, e ir lá na votação do projeto para o fim da circulação das carroças, me encontrar com outros protetores. Coloquei minha camisa militar e meus broches comunistas trazidos de Berlim. Prá quê? Sei lá, fiquei bonita.. Mesmo com 12 quilos a menos e as calças todas caindo. Acho que vou ficar morena. Será? Amanhã tem festa de sexta-feira 13 na casa da Alessandra, (Lautmusik). Ela vai tocar Hard Fi - Toxic prá mim. Haha. Corajosa essa mulher, passou convites pelo orkut!

Hoje estou tão simples.
Como vai sua vida?
Foi bom falar contigo. Ou nem.

14 maio 2008

Dica de estudo prá concurso

"Seja um pouco anti-social".

Mais?

13 maio 2008

Vídeos 'Ex'

Ovelha de Soja
..
primeiras gravações
..
Charco (Vinheta)
..
Ex apresenta...Dance, dance! (Momento de iluminação musical)
..

28 abril 2008

Claustrofobia 1





1,000 Oceans
Tori Amos

These tears I've cried
I've cried 1,000 oceans
and if it seems
I'm floating in the darkness
well, I can't believe that I would keep
keep you from flying
and I would cry 1,000 more
if that's what it takes
to sail you home
sail you home
sail you home

I'm aware what the rules are
but you know that I will run
you know that I will follow you
over Silbury Hill
through the solar field
you know that I will follow you
and if I find you
will you still remember
playing at trains
or does this little blue ball
just fade away?

Over Silbury Hill
through the solar field
you know that I will follow you
I'm aware what the rules are
but you know that I will run
you know that I will follow you

These tears I've cried
I've cried 1,000 oceans
and if it seems
I'm floating in the blackness
well, I can't believe that I would keep
keep you from flying
so I will cry 1,000 more
if that's what it takes
to sail you home
sail you home
sail you home
sail
sail you home

Claustrofobia 2



Raspberry Swirl
Tori Amos

I am not your señorita
I am not from your tribe
in the garden, in the garden
I did no crime

I am not your señorita
I am not from your tribe
if you want inside her, well
boy, you better maker her raspberry swirl

Things are getting desperate
when all the boys can't be men
everybody knows
I'm her friend
everybody knows
I'm her man

Things are getting desperate
when all the boys can't be men
everybody knows
I'm her friend
everybody knows
I'm her man

I am not your señorita
I don't aim so high
in my heart, in my heart
I did no crime
if you want inside her, well
boy, you better make her raspberry swirl

Raspberry swirl
let's go
raspberry swirl

Things are getting desperate
when all the boys can't be men
everybody knows
I'm her friend
everybody knows
I'm her man

Things are getting desperate
when all the boys can't be men
everybody knows
I'm her friend
everybody knows
I'm her man

Things are getting desperate
when all the boys can't be men
everybody knows
I'm her friend
everybody knows
I'm her man

Raspberry swirl
let's go
raspberry swirl
and she swirls

20 abril 2008

Ex, no Myspace

Finalmente postei 3 sons da Ex no Myspace, um clipe (Ovelha de Soja) e dois vídeos. Faltam dois vídeos de bastidores de gravação e dois clipes, que estão em andamento, soube que o vídeo do Bichinho, prá "Quase Igual", tá praticamente pronto. Foi esta semana que comecei a mexer e acabei até zerando os acessos, dã. Também foi quando mandei convites para amigos, pelos contatos. Então, quem ainda não viu ou ouviu, está extremamente convidado.
http://www.myspace.com/somosex

Vídeos? Aqui.

Das coisas que sonhamos sem pedir

Continuas por dias a fio a sonhar com lugares estranhos, com outros trilhos e novos trajetos de trem? Viver de impossibilidades, de tocar nos teus sonhos, viver de viagens irreais, só faz bem durante o sono. São sonhos ruins no entanto, que chegam tarde demais. A cama vai aprisionando os braços, tornando-se mais larga, mais fofa e sedutora, um prêmio que não se deve desejar, pois quando se recobra a razão e o sonho é decifrado, nada mais existe nem faz sentido algum. Minuto minúsculo que só tem limite ao despertar. A imposição da realidade é um processo educativo por demais rigoroso prá ti? Uma confiança em uma falsa resposta não parece-te igualmente imoral? E se houver algo ainda depois de todas as nossas partidas, é possível que nunca tu venhas a saber.

Um retorno mais cedo, um post tardio

Sim, voltei. Há muitas coisas aqui que amo e que fazem apertar a saudade de forma doída demais. Mas sinto que passei a amar coisas que estão, agora, há muitos quilômetros de distância, tão longe que o espaço e tempo são outros. São outros ventos também. Agora tudo parece um pouco menor, e menos impossível, as distâncias não são quase nada, mas o tempo sim. Os tempos são diferentes, e quando isso acontece, nunca é muito bom. Voltei antes do tempo. Hoje faz uma semana que dei entrada no hospital para uma cirurgia de emergência, ainda tenho pontos, mas estou bem. Um pouco confusa, agitada por dentro, sonolenta por fora, não tenho vontade de sair de dentro de casa, troquei a noite pelo dia, faço apenas uma refeição e tomo muito chá gelado. Eu trouxe muitos chás de Praga, e na conexão de volta por Amsterdan fizeram questão de cheirar todos. Desta vez a cirurgia foi mais rápida e não acordei entubada, que era o meu maior medo, coisa que aconeteceu outra vez. Depois de dois anos, o mesmo bloco cirúrgico, o mesmo andar, a mesma sala, as mesmas médicas. Elas sabiam que minha dose tinha que ser graaande. Mas desta vez perdi partes de mim, irrecuperáveis, então não vim embora como queria, fiquei internada. Preciso tomar uma decisão importante demais. Há dias atrás eu sabia o que faria e tudo parecia simples. Hoje não sei mais. O medo é algo paralisante, existem milhares de nuvens dentro da minha cabeça. Elas nem se dissipam quando transformam-se em água, e correm pelo meu rosto.
E a Dolly se foi.

07 abril 2008

Álbum da Viagem

São muitas fotos, muitos vídeos, mais de 10 horas de gravação digital...Peguei somente algumas imagens e fiz dois álbuns por enquanto, de Amsterdam, nossa primeira parada, e de Berlin, para onde rumamos em seguida. Faltam álbuns do Campo de Sachsenhausen (passagem), de Leipzig, Dresden, Bamberg (passagem), Munique e Praga.
Os lugares que mais gostei, por ordem: Praga, Berlim, Dresden, Leipzig, Amsterdam.
Bamberg e o campo, em Oraniemburg, foram visitas, estávamos de passagem.
Munique é o lugar que detestei e não voltaria. Praga e Berlim certamente eu poderia viver.
E poderia voltar nas 4 primeiras cidades citadas na ordem, e ficar mais dias...

Praga não tem explicação. É maravilhoso, um sonho cultural, histórico, medieval, artístico, cool ao extremo, e ainda por cima barato. Cidade que me deixava feliz a todos os minutos.

Berlin é uma cidade multifacetada, onde sua origem histórica e os fatos contemporâneos se misturam. Há quem visitou e não gostou. Pergunto-me como...deve ter ficado um ou dois dias somente, não entendido nada, e não conhecido ne penetrado no fervor cultural do local. Ou ficou lá do lado ocidental somente, hospedado entre lojas e comércio, andando somente nos pontos turísticos e pensando somente na segunda guerra, sem maior profundidade. Que pena...Berlin é uma cidade do futuro e merece ser visitada com calma. A "grande perdedora da guerra", como citou um historiador recentemente, não é capital financeira nem política da Alemanha. Por isso empenha-se em não apagar os traços de seu passado, mas lembrar e mudar, transformar, aprender e ensinar. É preciso conhecer todas as histórias que Berlim tem a contar e todas as mensagens que ela é capaz de transmitir. Canteiro de obras e ainda em reconstrução eterna, também tem uma das vidas noturnas mais agitadas da Europa, com festas começando as 15hs, as 22 hs ou as 08hs da manhã, todo dia. Lá, o problema não é encontrar algo interessante para ver ou fazer, mas dispor de tempo suficiente para desfrutar tudo o que a cidade oferece.
Por hora, os álbuns de Amsterdam e Berlin, com legendas...

http://picasaweb.google.com/somosex/Amsterdam2008

http://picasaweb.google.com/somosex/Berlim2008

30 março 2008

Parlamento - Berlin

13 março 2008

Em viagem

Saimos ontem de Amsterdam e chegamos hoje em Berlim, estamos na parte que era a oriental. Sem tempo, nem acentos aqui. Minha opiniao inicial: aqui vai ser melhor, e mais barato. Amsterdan tem a voltagem baixa demais, todo mundo em camera lenta, muito turismo e fake drugs. Ficar o dia todo em cafes pra fumar maconha e a coisa mais chata que deve existir. Mas tinha muita comida vegana a vontade nos mercados, para comprar pronto. Hoje vamos numa festa aqui em Berlim, no Magnet Club, num lugar onde falaram que era hot stuff. Amanha acho que vamos num tal de kitkat. bjs e ate.

07 março 2008

Links

NIN
Vale baixar o primeiro do site porque vem com uns extras como o PDF do livro que acompanha a versão deluxe do disco e os wallpapers...Foram vendidos rapidamente todos os pacotes deluxe de US$300. A ionovação na divulgação, a exemplo também do Radiohead, só vem a aumentar a admiração dos fãs de ambas as bandas... Esse envolvimento no lançamento, os "presentinhos", ou a total liberação da obra. Exemplo lindo!!
http://feeds.feedburner.com/~r/RHoIM2/~3/247039794/nine-inch-nails-ghost-2008.html

PORTISHEAD
Third (2008)

http://rapidshare.com/files/97816643/portishead3.zip
http://www.sendspace.com/file/t85jq4

GNARLS BARKLEY (2008)
http://kokoro-datamp3.blogspot.com/2008/03/gnarls-barkley-odd-couple-advance-2008_04.html

04 março 2008

Gatinhos, para adoção

Sábado fui fotografar uns gatinhos que uma amiga precisa doar. Os bichanos são aqui de perto, de uns terrenos, onde JÁ MATARAM MAIS DE 30 ENVENENADOS. Castramos, mas sempre aparecem mais, e mãezinhas prenhe, filhotinhos. Resgatamos antes que eles fiquem ariscos como outros, que foram para um sítio, pois não eram doáveis - eram ferais... Ela precisa doar vários urgentemente, para poder pegar outros, uns que sofrem ameaças, de um outro terreno, e outra mãezinha que deu cria no terrenão. Estes abaixo estão prontos para serem adotados, a maioria castrados e vacinados, todos calmos e carinhosos...
Para adotá-los:
elisa.csm@terra.com.br ou no celular: 9805-5944

Ozzy: 6 meses, irmão da Nikka, castrado, muito carinhoso. Estrábico e charmosinho! Ele e a irmã foram separados da mãe com uma semana de vida, por crianças, e foram felizmente adotados pela gata-mãe da Kiki, Kika, Schumi e Franz.

Shummy: macho castrado, nasceu em 19/09/07, muito brincalhão e individualista.

Tekka: irmã da Biscuit, castrada e desverminada, nasceu em novembro/07, quieta e muito carinhosa.

Manchinha ou Queixinho: Achado com 1 mês em uma fábrica abandonada (Corlac), não tem mais do que dois meses ainda, machinho, desverminado.


Biscuit: castrada e desverminada, semi-peluda, nasceu em novembro/07, brincalhona, quieta, calma e muito carinhosa.

Chiquinho: macho, nasceu em novembro/07, desverminado, não castrado, muitíssimo carinhoso e dócil. Ronrona quando é chamado pelo nome.

Franz: irmão do Shummi e das tricolores Kiki/Kika, castrado, que também nasceu em 19/09/2007.

Kiki e Kika (gêmeas): fêmeas tricolores, castradas, desverminadas, nasceram em 19.09.07, dóceis e brincalhonas.

Nikka: fêmea branca com detalhes cinza tigrado na cabeça e costas, castrada e desverminada, 6 meses, muito carinhosa, dócil e calma.

03 março 2008

A festa da minha vida...

...anda tediosa, quase um problema crônico. O fato é que, em geral, o mundo não me diverte. Sem o "altiplanoboliviano" então, logo quero voltar para o meu quarto. Alguns dizem que a vida é uma festa. Eu digo que, na maioria das vezes, é uma festa chata e muito mal freqüentada.


Dormência

Dormência neste corpo. Irrealismo, falta de energia. Dor. Burocracias diárias que aniquilam. Em poucos dias estarei visualizando pela última vez, em muitos dias, essas paredes. Esse corredor. Esse monitor. Um vento do tipo perfeito me sopra o ouvido, enquanto escuto Tori Amos. Dá uma sensação de limpeza e respiro muuuuito fundo e quase, por pouco, esboço um sorriso. Penso no que poderia ter sido e não foi. Sem culpas.Gostaria de acreditar que toda essa calmaria refletida no teu rosto fosse completamente falsa, uma segurança inexistente, para se convencer de que tudo isso é e foi o melhor a se fazer.

28 fevereiro 2008

Ao sair, apage a luz, por gentileza

A... continuava muda, olhando tudo acontecer, como se estivesse de fora, e pude perceber que fotografava cada momento que via, momentos novos, mas velhos conhecidos. Permanecia nessa vivência da recordação no presente, e continuava tendo momentos ternos e felizes, em contrapartida com explosões desnecessárias, tiros mal dados, aleijando-me, mas sem matar. Não sobrava forças para encurtar as situações dolorosas, nem o gelo necessário que, afinal, julgavam que ela teria.
Tentou contar essas coisas que não fazem muito sentido quando contadas, e quando escreveu, se revelando como uma perfeita idiota, pareceu que havia ensaiado aquele texto dramático, construíndo as palavras que a tornavam uma mulher acabada, virada em nada, resignada, mas louca às vezes, procurando não sabia o quê, nem aonde. Ou deixando de procurar.
Foi incômoda e infantil. Nenhum mistério naquela fêmea. Mas ela não era prática assim, não ensaiava nem treinava nada, absolutamente! Pois na manhã seguinte já sentia-se tranqüila de novo, naquele seu mundinho, e arrependia-se de ter sido assim, tão melodramática. Ela era assim mesmo, uma complexidade que até enchia o saco e afastava os amigos. Agora, restavam os virtuais.
A cada amanhecer era possível trocar frases de amor, adormecido e honesto, mas a cada noite voltava a ser fugaz e arredia, e escapava-me por entre os dedos. Um peso duplo na alma e na mala, quase insuportável, me arranhava as entranhas. Seria possível viver algo melhor do que isso? Eu já não lembrava. Ela fez o quê de mim, afinal? Os meus restos já eram envelhecidos. O peso de insistir em continuar a carregá-la e perder novos momentos, em troca de quase nada, e o peso do medo da saudade, que já se parecia com um abismo negro e colossal, abaixo dos meus sapatos, estava arqueando demais as minhas costas.

Naufrágio

"(...) Tenho festas nas minhas dormências, frestas por onde entram as luzes solitárias de alguém desconhecido. Tenho festas sem usura nos meus sonhos, nos meus símbolos que guardo do teu corpo. Tenho um cansaço de todas as coisas, menos da calma que me forço, apenas por estar sem você, sem a festa que realmente interessa (...)."
(Paulo Castro)

Untitled

Eu tenho uma máquina de costura. Eu já sei como ela deve ser manejada, e sei que se eu usar o ponto de ziguezague, tenho que pedalar devagarinho, porque senão ela se irrita e arrebenta a linha, e eu perco mais tempo refazendo do que se tivesse ido com mais calma. Essa calma toda que ela me força até me faz bem, e dá vontade de tomar chá de pomar, enquanto eles ficam ali em cima da mesa, me olhando, buscando carinho. Já aprenderam a não brincar com os rolinhos e fios. Eles possuem uma calma exata nestas horas. Nem me preocupa, quando estou ali, o tempo que ainda vai levar para minha vida começar a deixar de terminar. Sério, é um momento sublime, esse durante o horário comercial, assim, em silêncio, em casa, criando, mexendo, não ouvindo nem a conversa doida da minha cabeça. Tantos paninhos coloridos, apliques, e vou amontoando a casa de coisinhas assim, e achando linda as flores lá em cima que esqueci de botar fora, todas sequinhas numa garrafa de vidro, do lado daquelas velas de um casamento que eu não fui. Gavetas cheias de coisinhas que um dia serão outra coisa, e muito vermelho, cerejas e joaninhas. Mas e as promessas e perfumes excitantes que ainda desejava? Ah, máquina dos infernos, estás de complô comigo e eu pensando que eras minha amiga! Só te digo uma coisa, querida: coisas muito coloridas têm cara de criança, ou de prostituta.

Inconveniente

Pela manhã tomei um comprimido e meio de cloridrato de bupropiona, 1 buscopan e 1 ponstan. Depois de duas horas tomei mais um buscopan e um femproporex básico. Namorei um Tilex. Olhei para as outras três caixas de remédios novos e decido aguentar a dor mais uns dias e não começar o tratamento. Só prá não ficar sem beber 4 dias. Essa semana Ventre, pode gritar a vontade. Se contorcer até. Mal escuto a tua maquiavélica voz , ameaçando a mesma merda, a todo instante: teu mundo acaba em ti, mulher.

Por quê tu é assim, hein?

Sempre vou preferir o Sea Shepherd ao Greenpeace.

27 fevereiro 2008

Finished

Terminei de pintar as asas, bem há tempo de voar para a Europa, sem machucar as costas com a mochila. Eu odeio mochila, tão pouco finesse, fazer o quê, mala não cabe nos compartimentozinhos metálicos dos albergues davida... Doeu? Apesar da experiência das outras, essa confesso que foi um processo assim, digamos, como se te arrastassem de costas num asfalto quente, bem rápido, esfolamento mesmo. Teve certos momentos que tive a sensação de que era uma dor maravilhosa. E no final, não sentia mais nada, as costas adormeceram completamente, simplesmente eu tinha sumido. Eu tinha sumido daqui também, devo vários contatos e retornos, mas é que travei o micro com aqueles caçadores de spyware e fiquei uns dias sem computador, até que tivemos que formatar tudo, e ainda estou instalando programas aqui... Correria imensa, compra isso, aquilo, faz cartão disso, converte moeda, deposita, paga conta, resolve papelada, isso e aquilo outro. Ver amigos, rever, despedir-se, combinar happys e tudo o mais. Meus bebês gatos estiveram com sarna de ouvido, todos, maior função, já estão bem, mas estou quase morrendo por dentro de deixá-los. Desmama Thiane, desmama eles. Estamos gravando e masterizando algumas das músicas da EX, tá ficando interessante de ouvir e ver. Outro clipe iremos filmar, este final de semana, vamos ver como eu me saio de diretora e roteirista. Tenho ainda esta semana e a outra aqui. Cinema e beber com amigos seria bom. O pensamento anda estranho, pesado, mas sem se importar muito, sem desespero. Vai ver pelas tantas coisas a fazer. Volto logo, com mais notícias, prometo visitas, ansiosas, e mais palavras. As de hoje são assim mesmo, todas exteriorizadas, coisas da vida que segue, pouquíssimo sentimentalismo.


18 fevereiro 2008

Clipe

Soube que o clipe do Marvel tá quase finalizado. Amanhã iremos do TD finalizar e masterizar essa música, e gravar as demais possíveis. O DM tem um blog aqui, com algumas impressões...

13 fevereiro 2008

Muito e pouco

Fiquei assim, o dia todo fazendo um monte de coisa que não é nada, ainda. Pedaços de coisas, prá lá e prá cá, sentada no computador. A sonolência felina bate seus recordes aqui em casa, em minha volta. E me dei conta que hoje já escureceu, parece que eu recém levantei e tomei banho, e não comi nada ainda. Acho que vou desconectar, nesse momento. Desconectar total, ligando a tv, abrindo a geladeira e ficar ali, parada, sem decidir coisa alguma.

Last Night

Na nossa coletânia do grupo da Zero, que será lançada em breve pelo mundo, eu sou essa música aí. Last Night, da Julie Doiron. Não é lindo? Foi o Jamer que escolheu prá mim. Agora eu espero fazer uma boa escolha para o Artur. Tem esses dias, em que a trilha sonora se encaixa perfeitamente. Não tem chuva nem pingos na janela, mas tampouco olhei prá fora prá ver o sol. Não tem nenhum doce e só água prá beber. Um dia vazio de preocupações, mas um pouco triste por já ter-se-ido, assim, sem mais a mais a acrescentar na minha vida...

Last night, I held you in my arms and
I started to cry,
and you looked up and squeezed your hands
onto my head like you knew why.

Today I fly across the ocean.
I will be away 20 days.
And I didn't know I would be like this,
'cause I'd be away 20 days.

Tomorrow, I'll be on a stage and
I will sing the words from all of the pages.
I will close my eyes in front of all the people.
I will close my eyes thinking of you.

But, last night, I held you in my arms and
I started to cry,
and you looked up and squeezed your hand
onto my head like you knew why.
And it was so right.

http://www.myspace.com/juliedoiron

Quase lá

Final de semana voando, clipe gravado sábado e domingo. Na verdade, foram mais de 6 mil fotos, tantas que a Isadora rasgou a lente, é sério. Momentos registrados que preciso cópia, as dos making off. Só podemos agradecer aos amigos queridos, que trabalharam horrores, total profissionais. Só faltou o Éverson, claro. É assim mesmo que tem que ser, com alguém tomando as rédeas, como o nosso diretor. Com o olho artístico da nossa fotógrafa. Com o apoio incondicional da nossa produtora. Porque beber e viajar, só é permitido aos atores - e olhe lá! Os demais, sorry, lamento, mas meu bar não é mexicano. Show no Goethe, na volta da viagem, em maio. Segunda temos gravações, ensaio no final de semana.

'Ex' por Isadora Lescano

09 fevereiro 2008

Clipe da Ex + Bonde do Rolê. Ãh?

Tô correndo e não tive tempo de atualizar, nem ler nada essa semana, só loucura, nuvens negras e coisas afins, tipo fechadura que não abre, debito em conta fantasma e etecéteras. Ressacas também.
Wellwell, aviso assim de última hora, que hoje estaremos fazendo a primeira parte de um novo clipe da EX, com roteiro do Éverson Klein, direção do Daniel Marvel, produção da Dani Ferrari Andrade, fotografia da Isadora Lescano e arte do Eduardo Poerner.
Digo um novo porque já temos um vídeo pronto, feito por nós mesmos. Outro já está sendo visto com o amigo Eduardo Bichinho. Semana que vem gravamos outras músicas no Dreher, para levar material pronto para a Europa.
Então é daqui há pouco, lá no Porão do Beco, junto da mesma festa onde vai estar rolando a etapaMTV/RS da escolha da nova vocalista do bonde do rolê. Bizarro é pouco, mas a diversão deve ser garantida. Sei que a casa nova do Vitor tem até mastro de meretriz. Amigos que quiserem ir conferir as atuações envergonhadas destes três seres decompostos, serão bem vindos trazendo copos nas mãos. Bj, fui.


01 fevereiro 2008

Que sentido?

Às vezes parece que a gente tá numa espera, na espera de que aquela vida, cheia de promessas e sonhos, chegue logo, dobrando ali na esquina. E ficamos assim, estáticos, esperando - "uma postura um tanto tática, estática como a falática..." - E ela não vem. E nesse meio tempo a gente faz um monte de besteira, só prá passar as horas, sem se dar conta que o sonho furado era esse aí mesmo, e a promessa falida já aconteceu e nem era aquilo tudo. Já era, passado, cabou.
Então se decide uma hora que devemos encontrar um tal de "eu interior", esquecendo a platéia, o público em volta, concentrando-se com força no próprio umbigo. Adianta? Não sei, dá vazio também. Aí de repente se quer estar no meio de um milhão de gentes lambendo esse mesmo umbigo, virilha e o que mais puder. Oscilações. Quem encontra a paz esquece o prazer. E o prazer te tira toda a paz. E afinal, o que se deseja? Quando não se sabe, é porque não evoluímos em nada?
Daí tem aquele meio termo, que ajuda a tomarmos mais um gole dessa coisa amarga e cortante que é a existência: o deixar se levar. Sem leme. Mas aí surge uma nova constatação: isso não funciona, é pura enganação. A gente tenta sempre controlar alguma coisa, não deixa se levar nunca. Ou deixa, mas só algumas vezes, por poucas horas quem sabe, e depois corrói-se de culpas e remorsos ou arrependimentos.
Então eis que a solução está no copo e na leviandade. A poesia do mundo desce pela garganta, dá-nos horas agradáveis de risos soltos e uma sensação de festa de criança, com correria, girando, girando para ver quem cai primeiro.
Saber que os dias nunca serão melhores é o primeiro passo para parar de choramingar e resolver simplesmente se divertir. Acho que, neste segundo, é o que eu quero. Talvez amahã eu deite na língua da concha novamente. Algumas coisas que escrevi parecem sentimentalmente tão prá baixo, e são mesmo, e refletem mesmo umas situações e as confusões mentais que não são privilégios meus. Nada bom. Juro que queria ser mais boazinha de vez em quando, e não disparar tanto em alvos civis em meu redor. Soube que andei psicografando cartas. Para umas amigas. Me parece que foi divertido, mas não lembro, juro, e tinha curiosidade em ver o teor das coisas ditas, com certeza muito mais leves e divertidas que esses tiros de nada para lugar nenhum que fico depositando aqui.
Pois é, mas é tudo prosinha lírica aviadada afinal. Visita da mãe amanhã, até o final do feriado. Comer, filme, conversa, matar saudade. Sinto que as pessoas estão temendo que eu nunca mais volte, e ficam aparecendo de repente assim...O Chocolate finalmente foia adotado e foi para Eldorado do Sul. E amanhã demanhã vou com D buscar a nova gatinha que ela vai adotar. Quando essas coisas acontecem, posso dispensar o copo e deito feliz de verdade.

29 janeiro 2008

Salomé, uma mulher

Hoje consegui entender Salomé. Sério.
Fui com a Pri e com a Carol no teatro, depois de algumas cervejas no Bom Fim, com a presença final do G Klamt. Resumo: É difícil, muito difícil, não se ter o que se quer, depois de viver a vida inteira conseguindo, afirmando, superando. Quando mesmo no sofrimento, te dizem: faço o que tu quiser! Pois então é isso!
Quero a cabeça de João Batista! Desgraçado!
Numa bandeja, de prata, não esquecer esse detalhe!

Puxa, negou um mísero beijinho à Salomé, tão casta e desejada, a princesa que renegou a todos. Ela que não queria romanos, nem gregos, nem judeus e muito menos egípcios. Se ele tivesse ao menos a olhado... Mas não, o santinho tinha que se segurar, paralítico total. Podiam ter mudado todo o reino e quem sabe, salvado JC, o messias! Não entendia o covarde que havia despertado um fogo um tanto puro na mocinha, ela, que fugia do padrasto, que viu o pai morrer na mesma cela, que conviveu com a mãe adúltera e seu marido horrível, e que só queria um beijo, um beijo do profeta. Perfídia, só porque amou João, que não a desejou? Linda e inocente, que quando lhe trouxeram a cabeça do mártir, beija-o na boca, ainda apaixonada e louca. Porque, homem de deus, era só um beijo, entende? Ah, o desprezo, tratá-la assim, como uma mulher da vida, de "departamento", não entender nada, nada...
Segundo uma amiga, faz sentido. Ainda hoje.


"Paralisias são uma tendência. É preciso repudiar para poder comentar. Funciona mais ou menos assim: Não dizer. Não mostrar. É feio! É feio! Pessoas que estão com calor, mas não podem tirar o casaco".

Ok, encerrando por hoje. Vou terminar a cortina que comecei à tarde. Sim, porque além de (estar agora) bêbada, sou prendada.

27 janeiro 2008

Um band-aid não chega

E agora a gente fica aqui, juntando os nossos cacos.

24 janeiro 2008

Círculos

E o que era simples e poesia
Tornou-se complexo e pesado demais
Errado demais
Mas prá quem?
O ar que era perfume
Parece agora pouco e viciado
O som que deixava leve
Insiste em não tocar
Trocado por outro ruim
Corta demais o ouvido
Coisas e pessoas
Iguais a picolé e sorvete
Lambidas, lambidas
e chega no fim, acaba, sacia
e se esquece.
Fica só uma sede.
O amor negado
para não se perder tempo
A alegria resumida
em um copo de bebida
Felicidade hipócrita e mentirosa
prá causar inveja nos olhos de outros
Um pai só prá cuidar do seu próprio prazer
Um amigo fiel sendo sacaneado
Uma casa reduto da dúvida e amortecimento
Palavras apenas.
Desfilando de mão
Por posse e orgulho
e o sexo só uma gíria
e desculpa
Prá resumir o egoísmo
Uma excitação
que desnuda por pouco tempo
e depois deixa tudo pior
Esfarrapados
Nós feitos de um tecido barato
Que vai se esfiapando
Até chegar em nada
A vida íntegra
que faz dos outros bons
e me faz pior que tudo
Que julga com uma navalha
trêmula no pescoço branco
Inocente da alegria da vida
Impotente por não ter onde chegar
Jogada assim numa fogueira
das vaidades silenciosas e disfarçadas
Eu criança ardendo no inferno
E não achando nada engraçado
E todas as palavras brilhantes
São folhas mortas nunca impressas
virando pó virtual
Sem nenhum significado maior
Eu que nem queria nada
E queria tudo ao mesmo tempo
No mais passar pela vida
Compreender as pessoas
e as intenções
Me fazer entender
Ilusão levada por uma brisa qualquer
Brisa quente de mormaço
Ruim que afoga num pavor íntimo
Num vazio e indiferença
Que custosamente tinha empurrado
Mas que continuava aqui trancada na goela.

Quer mergulhar de novo?

Fala-se que o mundo está repleto de possibilidades, mas elas se estreitam e se apequenam na experiência de vida da maioria de nós. Há milhares de peixes bons no mar...talvez...contudo os grandes cardumes são de cavalas ou arenques, e quem não é cavala ou arenque está condenado a encontrar muito pouca companhia.

O preferido de Anaïs

O inegável é que no íntimo de sua alma ele era um intruso, um ser anti-social.
Mas um amor ocasional como forma de conforto e alívio era bom também, e ele não se considerava uma pessoa ingrata. Pelo contrário: ele sentia uma gratidão ardente e comovida por gestos de bondade natural e espontânea, indo quase às lágrimas. Atrás de seu rosto pálido, impassível e desiludido, sua alma de criança soluçava de gratidão à Connie e ardia com o desejo de revê-la; assim como sua alma renegada sabia que, na realidade, ele e ela nunca seriam um.
Michaelis era um amante nervoso e inseguro, cujo gozo vinha depressa e terminava logo. Havia muito de infantil e desprotegido em seu corpo nu: como as crianças são nuas! Suas defesas se acumulavam todas na inteligência, na astúcia, no seu instinto vital de astúcia, e quando este intinto estava adormecido ele parecia duplamente nu, criança de pele rosada e fina debatendo-se desesperada. Michaelis despertara nela um tipo selvagem de compaixão e ternura, e um desejo físico também, e aflito.
Ele escrevia a ela no mesmo tom choroso e melancólico, arejado por uma ou outra frase espirituosa, movido por uma afeição assexuada inexplicável. A afeição que ele sentia por ela se curvava a desesperança, e o distanciamento essencial permaneceu intocado. Ele era uma pessoa sem esperanças no coração, e queria ser uma pessoa sem esperanças. Ele maldizia a esperança. "Une immense espérance a traversé la terre", leu e algum livro - e seu comentário foi:
- E afogou desgraçadamente tudo o que valia a pena ter.
Connie e Michaelis tiveram um affair prolongado, trocando cartas e encontrando-se ocasionalmente em Londres. Bastava para propiciar a ela uma auto-afirmação sutil, um tanto irracional e despeitada: uma confiança quase mecânica em suas próprias forças, que vinha acompanhada de grande júbilo. Usava toda a alegria nova que descobrira para estimular Clifford. Naquela época ele escreveu suas melhores histórias, e viveu perto da felicidade ao seu modo estranho e torto.
Connie sempre tivera uma premonição de desesperança no seu romance com Michaelis, e a ligação com ele tinha espasmos ocasionais. Como ela sabia por premonição, o caso estava perto do fim. Michaelis tinha a compulsão de romper todos os elos e viver solto, isolado, absolutamente solitário outra vez. Quando os dias de alegria solta e contagiante se foram, passaram de vez, Connie tornou-se deprimida e irritadiça, e como Clifford sentiu saudades! Talvez se soubesse ele sonharia com a reunião deles dois novamente.
(O Amante de Lady Chatterley - D. H. Lawrence)

Ohlálá sem drogas e uma poltrona fofa prá sentar

Mas eu não quero me encontrar com gente louca, observou Alice.
Você não pode evitar isso, replicou o gato.
Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco. Você é louca.
Como sabe que eu sou louca?, indagou Alice.
Deve ser, disse o gato, ou não estaria aqui.


23 janeiro 2008

Promessas

Limpar o violino e o violão, pelo menos tirar de dentro do case. Comprar o quarto integrante. Compor, compor, tirar as músicas, decupar os intrumentos, ensaiar os diferentes formatos e as novas e escrever. Estudar roteiros, estudar projetos, estudar línguas, estudar os livros inacabados, acabar os livros começados, escrever o que já não conheço mais, espedaçado, pela metade. Gravações em fevereiro. Terminar e lançar as músicas para os respectivos diretores. Site. Publicar os vídeos, publicar tudo. Entre isso, castrar o Blue antes de viajar, supermercado, checkup médico, costurar cortinas, organizar arquivos e fazer backups. Ir embora e encontrar uma imagem minha que me acena de longe, pequenininha, que hoje mal parece um borrão a se mexer.

Despedidas

Essa é a minha semana mundial das despedidas. O fim de algo e o início da constatação de que a solidão humana é necessária. Pelo menos a minha. Deixei um email com frases de Nietsche, e um sentimento de coragem pairando no ar, que talvez façam outros tomarem novas decisões. Ou isso seria um pensamento prepotente demais. Deixei para trás uma vida inteira e o hoje é algo estranhamente estranho dentro das horas que vão passando. Sinto sono e nenhuma vontade de nada. Tenho compromissos comuns para fazer e esses pontos no meu pescoço estão doendo por baixo do curativo e latejando. O braço também dói e arde dos cortes do meu "pequeno acidente". E perdi mais um quilo. Nada muito a dizer nem a acrescentar. Um mês sem tomar antidepressivos e voltei a minha condição naturalmente blasé. Não mais sorrir, nem mais sair, nem aquela felicidade estranha que tomava conta do corpo. Eletricidade, diriam alguns. Mas uma irritação profunda e o medo de fazer algo estúpido me fizeram consciente de que é preciso. Obrigada Dra. M. Pelas receitas sem datas e pelas novas caixas de BUP. Já não sei qual seria a minha verdadeira face. Aquela descrita na carta ou essa da greve com o mundo. Só sinto mesmo pena de não ter recebido e nem visto as fotos que eram prá mim.

21 janeiro 2008

Sonhei de sábado para domingo

Sonhando
com amigos de poucas horas
sem ter lembrado
nem pensado
em como estavam.
Procuro, leio
e descubro o sonho profético
de que ele não anda bem
Uma culpa modesta
de não ter ligado
tampouco escrito
a decepção comigo
como aquilo que não veio
a resposta inexistente
E eu aqui
repetindo os mesmos gestos
com outros de outros lugares
achando mentirosamente
que não somos iguais.


Não lembro bem da noite, mas lembro que gostaria de esquecer o monte de besteira que provavelmente falei. Melhor ainda: preferiria que os demais presentes esquecessem também. Não sei o que foi, mas se tenho essa sensação, então deve ser necessária. Não lembro de ir embora. Muito sorriso gasto à toa. Atordoado de barulho e campo de visão menor. Atenta a tudo de forma distraída. Olhando nos olhos e falando sem ver nada, falando, falando e perdendo a chance de falar de verdade. Outros falavam e falavam e a sensação de que ninguém escutava nada em absoluto, os olhos vagos, vidrados no além. Fazer sem pensar, fazer sem pensar. Beber um pouco mais. Brilhando, flutuando e se divertido, marginal demais, deitando e apagando, dormindo de pernas abertas. Fugindo da claridade e do controle, seguindo um modelo que não foi educada a seguir, com ânsia e sem querer o resultado final de verdade. Perdendo o tempo que não tem, mesmo em seu estado ocioso. Procurando pelo momento de fazer as confissões, ou fazer coisas mais estranhas, o momento exato, aquele que nunca existe, igual ao momento perfeito, aquele que nunca chega, mesmo que desejoso, porque o desejar não se realiza no pensar. Viver um eu que é só dos outros, sem covardia no final, porque apesar de tudo, foi divertido. Mas sábado foi uma droga.

Sensação estranha

Não há Pendrive suficiente para eu resgatar todos os arquivos pessoais que tenho dentro do meu PC do trabalho. Meu não. Não mais. O melhor de todos... De quem será agora? A cada gaveta e arquivo encontro mais coisas e lembranças. Tem o anjinho tocando violino que a tia da limpeza me deu. Levarei comigo. Oito anos. Acho que, mesmo feliz, amanhã vai ter choro.

17 janeiro 2008

Meu russinho

Minha estradinha de ladrilhos dourados tá perdendo o brilho, assim, meio desbotada, hoje...Eu te olho sobre minhas pernas, a cabecinha voltada prá trás, procurando meus olhos e meu carinho, nada me comove mais...Ah, meu Gorki, como vou fazer prá dormir sem teu abraço, sem tua nuca que procura beijinho, lá longe, do outro lado do mundo?...

Moda

Tava pensando aqui...
Se eu morresse, que roupa do meu roupeiro gostaria que me vestissem?

Se encher de nada dá nisso: vazio.

16 janeiro 2008

I am Kloot

Post it


Ort: Hannover
Club: Musikzentrum
http://www.musikzentrum-hannover.de/
Beginn : 23:30 Uhr
Eintritt: frei
All Styles of Independent Music, dark and lighwave, Electronic Beat and Heat. Mit livebands.
Die Aftershowparty die sich nach dem Geschmack der Leute richtet. Die Busse 100/200 fahren stündlich die Nacht durch, Haltestelle Voltastraße und dann 250 Meter gehen. Ausreichend Parkplätze. DJ: Lo-Renz (Can't enjoy the silence Depeche Mode Party , ElectrostadL, Rostock Lt-club, Osnabrück Rosenhof)