Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

13 agosto 2008

Indizível

Mais partidas. Desalentos. Vazios. Raiva contida direcionada para dentro. Formulando coisas sem nexo e não seguindo adiante, simplesmente não seguindo, estagnando, não realizando. Imagine um objeto, a felicidade perfeita, como um automóvel correndo numa estrada:

"Primeiro, eu emparelharia com o automóvel pela esquerda, à velocidade de um bólido, na esperança de ultrapassá-lo. Então, ele aceleraria mais e me impediria pouco a pouco de fazê-lo, afastando-se de mim à potência do seu motor. Exatamente esse tempo da sua arrancada, que revela minha impossibilidade de ultrapassá-lo (n.m.: ou alcancá-lo), e depois, de segui-lo, é a imagem do objeto que ... se persegue: o objeto só é seu à condição, não de ser capturado, mas, no extremo do esforço, escapar aos termos de uma tensão impossível. Ao menos, na arrancada de um automóvel mais rápido, eu atingi a felicidade que me teria no fundo escapado se ela não me tivesse, segundo a aparência, excedido. É que o automóvel mais forte não capta nada, enquanto o automóvel mais fraco, que o segue, tem consciencia da verdade da felicidade no momento em que o mais rápido lhe dá a sensação de estar recuando." (Bataille)

Mas sensação não é nada.