Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

18 julho 2008

Tempo recorrente

Aproveitar o tempo tem sido a coisa mais difícil do mundo. Arranjei livros as pilhas, acaso as coisas demorassem e eu precisasse mesmo esperar. Esperas são realmente valiosas, mas quando chegam ao fim damos valor aquele tempo em que ficamos ali, esperando e nada fizemos. O que se esperava já não importa tanto e até incomoda, essa possibilidade de aproximação. Porque no meu caso, o motivo da minha espera era desejo só meu, tesouro egoísta e secreto, incompreendido e coisa ignorante até por aquilo que é esperado. Foi isso, esse tempo inóquo e vazio que teve uma importância vital na impotência e na anestesia incômoda que talvez venha a explodir aqui dentro, quando algumas flores voltarem a desabrochar. Já não importa a altura, o peso, a quantidade e nem ao menos o conteúdo do que se esperava. Nem importa a pouca importância que o ser esperado têm por qualquer uma de minhas ânsias, que são só minhas e não compartilhadas. Se houver algum sentido nisto tudo, coisa que ainda não descobri, espera-se até o ar.

Nada lhe pertence mais que seus sonhos
Friedrich Nietzsche