Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

01 fevereiro 2008

Que sentido?

Às vezes parece que a gente tá numa espera, na espera de que aquela vida, cheia de promessas e sonhos, chegue logo, dobrando ali na esquina. E ficamos assim, estáticos, esperando - "uma postura um tanto tática, estática como a falática..." - E ela não vem. E nesse meio tempo a gente faz um monte de besteira, só prá passar as horas, sem se dar conta que o sonho furado era esse aí mesmo, e a promessa falida já aconteceu e nem era aquilo tudo. Já era, passado, cabou.
Então se decide uma hora que devemos encontrar um tal de "eu interior", esquecendo a platéia, o público em volta, concentrando-se com força no próprio umbigo. Adianta? Não sei, dá vazio também. Aí de repente se quer estar no meio de um milhão de gentes lambendo esse mesmo umbigo, virilha e o que mais puder. Oscilações. Quem encontra a paz esquece o prazer. E o prazer te tira toda a paz. E afinal, o que se deseja? Quando não se sabe, é porque não evoluímos em nada?
Daí tem aquele meio termo, que ajuda a tomarmos mais um gole dessa coisa amarga e cortante que é a existência: o deixar se levar. Sem leme. Mas aí surge uma nova constatação: isso não funciona, é pura enganação. A gente tenta sempre controlar alguma coisa, não deixa se levar nunca. Ou deixa, mas só algumas vezes, por poucas horas quem sabe, e depois corrói-se de culpas e remorsos ou arrependimentos.
Então eis que a solução está no copo e na leviandade. A poesia do mundo desce pela garganta, dá-nos horas agradáveis de risos soltos e uma sensação de festa de criança, com correria, girando, girando para ver quem cai primeiro.
Saber que os dias nunca serão melhores é o primeiro passo para parar de choramingar e resolver simplesmente se divertir. Acho que, neste segundo, é o que eu quero. Talvez amahã eu deite na língua da concha novamente. Algumas coisas que escrevi parecem sentimentalmente tão prá baixo, e são mesmo, e refletem mesmo umas situações e as confusões mentais que não são privilégios meus. Nada bom. Juro que queria ser mais boazinha de vez em quando, e não disparar tanto em alvos civis em meu redor. Soube que andei psicografando cartas. Para umas amigas. Me parece que foi divertido, mas não lembro, juro, e tinha curiosidade em ver o teor das coisas ditas, com certeza muito mais leves e divertidas que esses tiros de nada para lugar nenhum que fico depositando aqui.
Pois é, mas é tudo prosinha lírica aviadada afinal. Visita da mãe amanhã, até o final do feriado. Comer, filme, conversa, matar saudade. Sinto que as pessoas estão temendo que eu nunca mais volte, e ficam aparecendo de repente assim...O Chocolate finalmente foia adotado e foi para Eldorado do Sul. E amanhã demanhã vou com D buscar a nova gatinha que ela vai adotar. Quando essas coisas acontecem, posso dispensar o copo e deito feliz de verdade.