Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

21 janeiro 2008

Sonhei de sábado para domingo

Sonhando
com amigos de poucas horas
sem ter lembrado
nem pensado
em como estavam.
Procuro, leio
e descubro o sonho profético
de que ele não anda bem
Uma culpa modesta
de não ter ligado
tampouco escrito
a decepção comigo
como aquilo que não veio
a resposta inexistente
E eu aqui
repetindo os mesmos gestos
com outros de outros lugares
achando mentirosamente
que não somos iguais.


Não lembro bem da noite, mas lembro que gostaria de esquecer o monte de besteira que provavelmente falei. Melhor ainda: preferiria que os demais presentes esquecessem também. Não sei o que foi, mas se tenho essa sensação, então deve ser necessária. Não lembro de ir embora. Muito sorriso gasto à toa. Atordoado de barulho e campo de visão menor. Atenta a tudo de forma distraída. Olhando nos olhos e falando sem ver nada, falando, falando e perdendo a chance de falar de verdade. Outros falavam e falavam e a sensação de que ninguém escutava nada em absoluto, os olhos vagos, vidrados no além. Fazer sem pensar, fazer sem pensar. Beber um pouco mais. Brilhando, flutuando e se divertido, marginal demais, deitando e apagando, dormindo de pernas abertas. Fugindo da claridade e do controle, seguindo um modelo que não foi educada a seguir, com ânsia e sem querer o resultado final de verdade. Perdendo o tempo que não tem, mesmo em seu estado ocioso. Procurando pelo momento de fazer as confissões, ou fazer coisas mais estranhas, o momento exato, aquele que nunca existe, igual ao momento perfeito, aquele que nunca chega, mesmo que desejoso, porque o desejar não se realiza no pensar. Viver um eu que é só dos outros, sem covardia no final, porque apesar de tudo, foi divertido. Mas sábado foi uma droga.