Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

31 outubro 2005

Bodas no Halloween

O amor é um crime que não se pode realizar sem cúmplice...

1 ano = Bodas de Algodão
2 anos = Bodas de Papel
3 anos = Bodas de Couro
4 anos = Bodas de Flores
5 anos = Bodas de Madeira
6 anos = Bodas de Açúcar
7 anos = Bodas de Lã

Ingredientes: 4 morangos, 4 amoras, 4 uvas, duas maçãs picadas sem casca, duas peras picadas sem casca, champagne rosé. Mergulha tudo na banheira, inclusive os corpos. E aproveita a meleca.

27 outubro 2005

Shows Deus e o Diabo

Os próximos shows da banda são:
dia 04/11 - em Sapucaia do Sul
dia 11/11 - em Porto Alegre
dia 12/11 - em Santa Maria

Por enquanto, segue divulgação do primeiro:

24 outubro 2005

Hoje Tem

Resumo da Ópera

Sexta enfrentamos o dilúvio portoalegrense e fomos à NEO, na companhia fina de amigos, não sem antes assistir ao famigerado filme do Batman... O que gerou algo engraçado no decorrer da noite, aliás, bem ao final da noite, onde as frases não paravam de ser repetidas após tantas e tantas cervejas...
A pista Scape sofreu uma pequena inundação inicial, mas nada impediu as danças transloucadas. Pegamos com o C@c@ flyers do show do dia 11 e cartazes. De lá andamos meio sem rumo por Porto Alegre e àquelas horas não encontrei o aniversário da Carol. Pegamos uma quentinha para o casal Andrea & Edson e rumamos para nossas casinhas. O mundo já estava um pouco mais seco.
***
Sábado ensaio entre cinco. Definir urgente repertório. "Jesus..." está mais curta, ainda assim muito boa. Gostaria de ressucitar algumas, como Marketing, mas não sei...
Na madrugada não aguentamos ver o Nosferatu do Herzog por inteiro.
***
Domingo de votação. Esperneei aqui e ali, o Santana publicou textos aqui escritos enviado pelo Andréa e no fim nem votei: justifiquei. Ir até o Texas me cansa um pouco. Passamos rapidamente nos Osterkamp para uma breve discussão política de domingo e rumamos ao Gazômetro, para pegar o último filme do Festival de Cinema Fantástico: Suspiria, de Dario Argento, a qual já havia postado o cartaz aqui.
***
Tentativa de adaptação de um ensaio de Thomas DeQuincey sobre "As Três Mães" (bruxaria pesada), o filme é de uma beleza estética absurda fantástica. Fotografia e arquitatura me lembravam aquele louco do Gaudí, apesar de ser dirigido por um italiano, sobre uma americana, na Alemanha. As cores quase machucam os olhos e a intensidade do vermelho em tudo, nas paredes, móveis, nas unhas sendo pintadas, no sangue (claro!) e na iluminação, é algo lindo de se ver. Li que após filmado as cores foram realçadas, saturadas, de forma a ficar quase artificial. É um filme para sentir, ouvir, perceber. E não para rir, como certos delirantes descolados que estavam por lá. Eu sinceramente não entendia o motivo das risadas - pareciam adolescentes assistindo Sexta-feira 13 - e mesmo o filme sendo meio absurdo não fazia sentido as gargalhadas fora de propósito. Era como que para provar que não levavam a sério, ou que não estavam com medo, algo digno de tratamento psicológico. É sabido que o diretor utiliza-se do recurso de fazer cenas exatamente exageradas - como nas mortes iniciais do filme - então não entendi as exaltações/emoções alteradas.
A trilha sonora do grupon Goblin é algo a parte: extramente bela, aterrorizante para se escutar num quarto escuro. Saímos de lá com uma caixinha de música tocando nos ouvidos, junto a sussurros e gritos abafados de "witch!", intercalando com um baixo pesado e ecos de um coral apavorante. Se alguém tiver, sim, nós queremos!
1. Suspiria
2. Witch
3. Opening to the Sighs
4. Sighs
5. Markos
6. Black Forest
7. Blind Concert
8. Death Valzer
***
Ah, e ainda consegui ver a repetição do Nosferatu do Herzog, no canal da Ulbra, 21.

21 outubro 2005

Sou tão boazinha...

Presentinho prá vocês:
http://www.room203.net/users/thecoldway/sigur%20ros%20-%20takk%20(2005)/

20 outubro 2005

L . I . C .K. M. Y. . . .

Especial PJ Harvey + Long Set Elektro
Rodolfo Mello (Elektro+Sexy Sounds)
C @ C @ (Indie+Modern Rock+Metal Remix)
Filipe Catto aka Drag Prince (Especial PJ Harvey)
Drug (RockGothic+Dark-electro)
NEO - Pista Scape - Plinio Brasil Milano, 427
(Pista Scape abre à 1h)
Ingr: R$ 8,00 F e R$ 10,00 M até a 1h
Após 1h: R$ 11,00 + R$ 4,00

Bátima

Acabei de baixar o famoso episódio da Feira da Fruta. É mesmo genial. Imagino que o Ícaro não se importe em compartilhar a dica do link, para quem quiser. Tem que ser meio rápido, todos os links com isso daí saem logo do ar, por causa da taxa de transferência - é pesado e todo mundo tá atrás. A dublagem foi feita na década de 80 por dois estudantes paulistas, e uma vhs passou de mão em mão até cair na internet. Perfeito para projetar numa festinha.

19 outubro 2005

E o parceiro metálico...

Robotic Artificial Fighting and Accurate Exploration Lifeform

Cherry, a rainha dos testes

Transforming Humanoid Intended for Assassination and Nocturnal Exploration

Episódio USP

"No meu primeiro ano de faculdade, eu me apaixonei perdidamente por um amigo meu. Um dia, ele me contou que era gay e eu fiquei muito muito mal. Eu quis morrer. Mas em momento ALGUM eu pensei em assassiná-lo (...) o que me choca OBVIAMENTE nao é o fator homossexual envolvido nessa história. é o poder que a REJEIÇÃO tem na mente de uma pessoa".
(Kátia, nossa amiguinha Paulista que viaja o país com notas musicais).

18 outubro 2005

Obrigada, obrigada!!

Ainda Não!

As campanhas do SIM na TV são bastante elucidativas, até fiquei balançada com minha opinião...

Descobri que a arma legal alimenta os bandidos. Todas aquelas AR-15, AK-47, granadas e bazucas que os traficantes do Rio usam foram roubadas de cidadãos honestos que compraram as armas legalmente. Da minha casa mesmo, por exemplo. Ano passado me roubaram quatro mísseis stinger.

Descobri que todos os pais que têm armas de fogo costumam deixá-las carregadas e engatilhadas em cima do sofá da sala. Por isso que 94 milhões de crianças brasileiras morrem brincando com armas de fogo todos os anos.

Descobri que todos os assaltantes de casa têm super-poderes. Eles atravessam portas e paredes e se materializam imediatamente na sua frente e apontam uma arma para a sua cabeça enquanto você ainda está deitado, tornando impossível qualquer reação. Eles não perdem tempo e fazem barulho arrombando portas. E se eu vir ou ouvir algum bandido pulando o muro e entrando no meu quintal, eu não vou conseguir afugentá-lo com um tiro para cima ou para o chão. Se ele ouvir o tiro, aí sim, é que ele vai ficar excitado e vai querer de toda forma entrar em casa e trocar tiros comigo. Eles adoram fazer isso.

Descobri que 90% dos casos de homicídios são cometidos pelos chamados cidadãos de bem. Claro que isso é só dos homicídios ESCLARECIDOS, que são menos de 5% dos casos. Mas pela lógica, os outros 95% dos homicídios, que não são esclarecidos, também deve ser causados pelos cidadãos de bem.

Descobri que se o SIM ganhar, não vão mais acontecer mortes banais. Maridos ciumentos só vão agredir as mulheres com travesseiros, torcidas organizadas vão se dar as mãos, facas e canivetes vão perder o fio, tijolos e paus vão ficar macios e os pitboys vão todos se converter ao budismo.

Descobri que o jovem é a principal vítima da arma de fogo. Claro que isso não tem nada a ver com o fato de o jovem ser o maior usuário de drogas, e nem o fato de que quase 100% dos envolvidos no tráfico de drogas têm menos de 30 anos (porque morrem ou são presos antes). Isso é só coincidência.

Descobri que se algum bandido invadir a minha casa, basta eu ligar para o 190. A polícia sempre tem homens e viaturas sobrando e levará menos de 3 minutos para me atender. Caso isso não aconteça, basta eu fazer o sinalzinho do "sou da paz" com as mãos e o ladrão vai saber que eu sou um sujeito legal, e então ele vai embora em paz sem levar nada e sem violência nenhuma. Eles sempre agem assim quando descobrem que você é da paz, e não um daqueles psicopatas malvados que são a favor do NÃO.

Caso o ladrão seja muito, mas muito malvado, eu só preciso gritar por socorro. Em cinco segundos vão aparecer a Fernanda Montenegro, a Maitê Proença e o Felipe Dylon para me salvar e prender o bandido. Sem usar armas. Enfim, se o SIM ganhar, o Brasil vai ser um país mais feliz. Que nem na novela da Globo!

Onu & EUA II

Você sabe quanto já foi gasto na guerra do Iraque!? O National Priorities Project implementou em sua página um contador que estima os dólares despendidos pelos norte-americanos na missão: http://nationalpriorities.org/index.php?option=com_wrapper&Itemid=182

Deletei meu Msn

- Sabe quem é né? Bah, é demais, já conheço ela há um tempão e tá cada vez melhor.
Já deve fazer uns...deixa ver...6, 7 anos, e sempre que vejo eles me espanto porque a guria tá sempre igual, não fica velha, não engorda, nada. Tem aqueles olhos gigantes que te deixam meio confuso e que no fim tu vê que não tem nada do que tu podia estar viajando, inocência pura, que vergonha...E o cheiro, puta cheiro bom, sempre cheirosinha, vem me cumprimentar e já fico de p...d....
- Ei, tá louco? De quem tu tá falando?
- Hã? Opa. Putz...merda...

Ensaios e Pré-Gravações

No sábado e domingo, de dia e de noite, em casa e em estúdio.
E o serrote se fez presente: fantasmagórico.
Estou aqui a escutar Sobrenome, voz, vilão e guitarra, e a gravação ficou muito legal.

Lançamento

Letal Mágico é como a forma de prazer
que nos causa dor em outro momento,
pois é belo e perigoso,
bonito e feio ao mesmo tempo.
Assim como é trepar sem camisinha,
cheirar só umazinha e
lançar uma revistinha.
Mais info: www.estudiopinel.com

14 outubro 2005

Vinho com Nietzsche

Todos os meus escritos são anzóis:
quem sabe eu entenda da pesca mais do que muitos?
Se nada mordeu, não foi minha culpa.
Faltavam os peixes.

Pintando embaixo da chuva

Reproduzo aqui texto do David Coimbra:

Bienal: Hein?

"O porto-alegrense é todo boa vontade com a Bienal. Um cubo de aço oxidado, um bloco de mármore, uma sala vazia, a projeção muda de duas pessoas tremendo num banco de praça. Nada parece ter sentido. Pouco importa. As pessoas que visitam as obras expostas pela cidade se esforçam comoventemente para compreender até o incompreensível - ou o "incognoscível", termo mais adequado à linguagem da arte contemporânea.
Aquelas lâmpadas prateadas sobre pedestais, por exemplo. Obra de Ivan do Espírito Santo, à mostra no Cais do Porto. Nada mais do que isso: lâmpadas dessas caseiras, cor de prata, postas de pé em pequenos pedestais pintados de branco, quatro filas de seis unidades, 24 ao todo. Domingo à tarde, um casal de namorados estaca diante da escultura. Ele, o decorador Wagner dos Santos Faculo, 28 anos. Ela, a designer Susane Freitas, 25. Ficam ali, olhando por alguns segundos. Que tal?
Susane inclina a cabeça para o lado, provavelmente tentando descobrir um ângulo novo na peça:
- Não sei o que dizer...
Wagner deduz, depois de um minuto de silêncio reflexivo:
- Ao que tudo indica são lâmpadas.
Perto dele, uma jovem mãe tenta explicar a obra para seus três filhos. Não consegue. A todo instante é interrompida pelo menino, que pede:
- Quero ir ao banheiro.
Quando os visitantes também são obras de arte
Outro casal pára ao lado. São os tatuadores Marlon Richard, 30 anos, e Amithis Antunes, 20. Eles próprios poderiam ser apresentados como obras contemporâneas. Usam cabelos amarrados em grossas tranças rastafári, as de Marlon tingidas de bordô. Vestem-se de preto, calçam coturnos, tatuagens a cascatear braços abaixo. O que acham da obra? Marlon cala. Observa, apenas, repetindo para si mesmo, baixinho:
- O que dizer?...
Então, Amithis fala.
- Lâmpadas múltiplas... O que sugere é a luminosidade. Se você entrar ali no meio vai ver que seus olhos serão bastante confundidos.
A conclusão de Amithis anima Marlon. Ele começa a dissertar:
- É inspirador. É como uma selva moderna. Se tu entrares num campo de flores vais te sentir da mesma forma. Tenho vontade até de usar algumas das coisas que vejo aqui no meu ambiente de trabalho.
Está literalmente na cara que Marlon e Amithis são capazes de sacrifícios em nome da estética pós-moderna. Amithis tem sete piercings a lhe enfeitar o rosto. Marlon enfiou nos lóbulos das orelhas discos negros do tamanho de moedas de R$ 1, como os dos índios da Amazônia.
- Levou quatro anos para os lóbulos ficarem desse tamanho. Doeu, mas valeu a pena - conta Marlon, enquanto duas senhoras perguntam, apontando para o casal:
- São os autores da obra?
Mais adiante, a jovem mãe continua tentando explicar aos filhos o que eles estão vendo nos armazéns do porto. Fundamentos teóricos ela tem: Adriana Gimenez, 36 anos, trabalha como professora de arte. Os filhos são Leonardo, 6, Isabela, 4, e Rebeca, 13 anos. No caso, ela se empenha para dar significado a uma instalação de José Resende. Título: Amanuense. Basicamente, fileiras de varais onde estão penduradas camisas brancas. No solo, ventiladores ligados fazem quatro ou cinco camisas adejar como borboletas albinas.
- Isso mostra de maneira simples as coisas que a gente vive no dia-a-dia - empenha-se Adriana.
Rebeca, a mais velha, ouve com atenção grave. Isabela prefere levar a mão à frente de um ventilador para experimentar o ventinho. Leonardo se contorce:
- Preciso ir ao banheiro.
- Tudo é muito criativo aqui - continua a professora.
- Tenho tanto de ir ao banheiro...
Formas especiais? Sombras?Um prendedor? Ou nada?
- Estou adorando. Porque isso é arte: é quando uma obra foge do convencional. Quando faz pensar.
- Por amor de Deus, banheiro!
Leonardo corre pelo armazém sem encontrar o banheiro redentor. Sai do outro lado, o lado do rio. A visão de toda aquela água faz com que aperte os lábios em agonia. É observado por alguns visitantes. Entre eles, quatro amigos: o recepcionista Daniel Vargas, 22 anos, o funcionário público Paulo Moreira, 35, a auxiliar de limpeza Simone Fortunato, 38, e Frantiesca Moreira, que tem 17 anos e, segundo ela mesma, não faz nada. Os quatro admiram Sono, de Waltercio Caldas: uma lâmina de vidro presa por hastes de metal. Sob ela, uma pedra do tamanho de uma bola de futebol. No meio do vidro, um pequeno círculo vermelho. Daniel pondera:
- Não me deu sono...
Mas seu amigo, Paulo, levanta o queixo e arremete:
- A obra trabalha a sombra. Se olharmos de uma certa posição, vamos ver várias formas especiais. Só a pedra que não - e o fecho de ouro: - A pedra é imutável.
Simone ouve com atenção, olha de novo para a peça, agora iluminada pela descrição de Paulo.
- Aquela sombra ali é um prendedor - arrisca.
- Cada luz é um elemento diferente - acrescenta Daniel.
Só Frantiesca não se comove:
- Eu não entendi nada.
Poucos são tão sinceros. Quem admite que não entende, ou simplesmente não gosta do que vê, prefere não se manifestar ou não se identificar. Ou fazer como o casal João e Leda do Canto, ele de 79 anos, ela "com mais de 60", ele advogado, ela artista plástica. João e Leda reconhecem que não apreciaram algumas obras, mas não dizem quais. Em vez disso, ressaltam seu artista preferido, Amilcar de Castro, com esculturas expostas no penúltimo armazém antes do Gasômetro. As pessoas entram no armazém e percebem que ali há algo familiar.
- Acho que no Marinha tem uma escultura parecida - supõe uma garota, falando com a amiga.
São pedaços de metal cortados em blocos, losangos ou outras formas geométricas. É bonito? Tem algum significado? Depende de quem observa, provavelmente não seja nada disso, mas a supervisora comercial Luciana Perone, 30 anos, valoriza o trabalho do artista.
- Sei que não é fácil de dobrar o aço - diz, com a autoridade de quem estudou engenharia. E interpreta: - São peças simples. Ele trabalha com o óbvio, e no óbvio está a beleza.
A generosidade dos visitantes passa por testes mais rigorosos à medida que eles se aproximam da Usina do Gasômetro. No último armazém uma cortina preta leva-os a uma sala vazia, imersa em penumbra avermelhada, com poltronas no centro e música suave vinda de caixas de som nas paredes. É O museu vazio, do ucraniano Ilya Kabakov. Quatro moças afastam a cortina e espiam para dentro da sala. Entram, hesitantes. Uma delas fica de fora. Um minuto depois, as três amigas saem e querem saber por que a outra não entrou.
- Não ia entrar nesse sofazão! - alega.
Uma balança a cabeça:
- Tu não entendes nada de arte mesmo.
Menores de idade não devempassar dessas cortina
O mediador Márcio Lima sorri ao ouvir o comentário. Relata que as pessoas gostam muito da obra porque podem se sentar nela e descansar depois de percorrer todo o cais. E que o único problema que enfrenta é quando algum casal de namorados se entusiasma com o escurinho da sala.
Nesse momento, a mãe e os três filhos se aproximam. Uma senhora aponta para Leonardo:
- Ele já foi ao banheiro?
Rebeca, a irmã mais velha, vira-se para a mãe:
- A Bienal inteira sabe que ele quer ir ao banheiro.
Antes de chegar ao Gasômetro, Leonardo encontra o banheiro e, com ele, reencontra a felicidade. Assim, presta mais atenção às explicações da mãe. Mas Adriana não precisará arranjar sentido para algumas instalações que mostram fotos de pênis eretos ou projeções de cunho sexual - placas fixadas nas portas das salas onde estão as obras desaconselham o ingresso de menores de 18 anos. Há, no entanto, muitas outras instalações curiosas: um quarto onde estão deitados dois uruguaios, projeções de pedaços de carne pendurados, uma sala coberta de fotos de mamilos masculinos que motiva a exclamação espantada de uma freqüentadora:
- Quanta mamica!
E, do solo ao teto do Gasômetro, sacos plásticos negros de lixo pendentes de uma corda. O porto-alegrense aceita tudo, tenta assimilar tudo. Compreende que arte, como Coca-Cola, afinal, é isso aí."

13 outubro 2005

*Nunca leve muito a sério a burrice...

Olavo de Carvalho já avisava: a Imbecilidade Coletiva nos cerca por toda parte. Acontece que, como as tolices se repetem com insistência, enfrentamos a alegação de que o progressivo relaxamento na exibição de perversão e sadismo é uma conseqüência, mais do que uma causa, do alastramento da criminalidade.
A burrice gera a criminalidade ou a criminalidade gera a burrice? Impunidade talvez? Criminalidade se pune. Um documento, uma testemunha, uma ocorrência. A burrice morre com o burro, porque a imitação não faz ninguém se transformar. O pior burro é o burro cego a comando de outros burros. Afora o crime desvelado, a intenção maldosa do criminoso, o sorriso me vem aos lábios diante de tão ridícula e tediosa cena.
É por isso que vos repito:
Ne prenez jamas la bêtise trop au sérieux...*

"Sou bela! A mim nada ninguém recusa!
Ordeno que por mim sempre ameis a beleza!
Sou Anjo da Guarda, eu sou Madona e Musa!"

12 outubro 2005

Obsessão

Dia lindo de feriado e existem pessoas que realmente não têm o quê fazer...
Vidas completamente infelizes...

11 outubro 2005

Reunião de cúpula

Hoje. Futebol, bebidas, churrasco, vídeo do show, vídeo do ensaio, definições, distrações, gravações, discussões. Precisa mais? Utê!
Agenda:




















10 outubro 2005

ONU & EUA...

Democratização Bandida

Existem alguns termos citados em textos sobre internet que parecem datadaos há um passado distante, mesmo se escrito hoje pela manhã. O clichê "democratização da internet" é um deles. Observando a invasão de brasileiros em sites gratuitos como blogs, fotologs, ou em sítios de relacionamento como orkut, gazzag e sistemas de comunicação do tipo msn, percebemos que a quantidade de brasileiros que acessa e utiliza a internet de forma fútil e imbecilizada é muito maior que em qualquer outro país.

O Orkut virou um grande bandejão de lixo escroto, com perfis fake, comunidades de ódio, pedofilia descarada e afins. Agora estes malditos floods, enviados em sua maioria por programas que capturam uma comunidade inteira e mandam a porcaria da propaganda. Tem muita gente procurando os programas, que já estão disseminados por aí para baixarem gratuitamente, ou novas versões sendo vendidas através de seu próprio serviço: a propaganda. O que os idiotas desavisados e que tomaram conta da internet não se dão conta é que na maioria destas bombas anunciadas para baixar pode vir junto um querido key logger. Faço votos para que venha mesmo, e que o programador capture todas as senhas internéticas e bancárias dos imbecis.

A bobatização internética no Brasil só está sevindo para isso mesmo: pessoas sem conhecimento e pouca instrução ou pouca vontade de aprender com cada vez mais acesso as facilidade da vida moderna. Enquanto que os que conhecem mesmo os processos cada vez migram mais para o formato antigo de se fazer as coisas. Eu não uso mais bankline, nem a pau.

Which tarot card are you?

http://www.celticdesires.com/tarot/whattarot.htm
I Am:


A Roda da Fortuna:
Destiny, fortune, luck, success. The 4 elements. Unexpected turn of luck. In the midst of sky and clouds is the disk of Tarot with the letters of the Divine Name placed between. At the corners are the four guardians of the earth: the eagle, the man, the bull and the lion. The disk is in movement signifying constant change and transformation. The sphinx atop the wheel holds the sword of discernment and represents balance in the midst of unending fluidity.

06 outubro 2005

Ontem

Aniversário de nosso nº 7.
A banda está grande: quase 200 anos e meia tonelada.
Em homenagem, o Inter ganhou. Parabéns Seridée.

04 outubro 2005

Diversão do Pedro, o santo

E o mundo tá caindo aqui na Lost Highway...

Voto não

Apesar disso, acho que vai dar sim, visto a quantidade de artistas assumindo esta posição publicamente na tv. Todo mundo sabe que povo vota conforme os artistas da GLOBO. Isso não é preconceito, é pura constatação. Se tu quiser lançar um produto novo, qualquer publicitário pode te mostrar pesquisas onde fica comprovado a aceitabilidade do teu negócio no caso de colocar uma personalidade falando bem dele na tv.
Mas eu só queria saber, mesmo, se estes artistas que dizem sim concordariam com o desarmamento dos seguranças dos seus condomínios fechados e de luxos e dos seus guarda-costas.
Proibição é uma palavra que me dói e me lembra ditadura. Aliás, após desarmar a população é comum se instaurar golpes, mas tá, isso é mera especulação. Tudo que se proibe custa mais e acaba no mercado paralelo do tráfico: droga, bebida, arma de fogo. Tem muita gente que pode se dar bem financeiramente com este negócio. Quem tem arma vai continuar tendo, de uma forma ou de outra. Pagando mais se for o caso.
Na fazenda arma é necessário, não tem nada em volta, se malandro invade o lugar e te faz de refém tu vai fazer o quê, se nem linha telefônica existe no local, quanto mais uma brigada perto, rápida e eficiente? Desculpem-me os budistas, mas se alguém pega minha família, amigos, meu marido e faz refém, e se eu tenho oportunidade, por mais pacífica que eu seja, a frase "bandido bom é bandido morto" se instala automaticamente na minha cabeça. E se bicho papão começa a matar tuas ovelhas e tu não sabe nem que raios anda circulando por ali de noite? Que seja um lobisomem ou um cachorro louco, tu não vai querer encontrar o bicho sem ter uma arma na mão.
Podiam gastar melhor este dinheiro, já que o referendo não serve para nada mesmo, e investir em outras coisas, tantas que nem preciso citar. Além do mais, para o cidadão ter porte e comprar uma arma bastava o cara ter que passar por várias aulas de defesa pessoal, aulas de tiro, testes e provas psicológicas, tipo quando vai tirar a carteira de motorista. Tem muito carro que é arma também, na mão de muito louco.

03 outubro 2005

Chuva de post

Final de semana eletrônico - não, não fomos na Neo...
Sexta nos Osterkamp. Fumei um cigarro merecedor, depois de ter passado a tarde toda fazendo aquele exame horrível dentro do nariz e da boca, pela laringe, faringe e o diabo. Mas não foi uma boa idéia... Brinquedinho novo, e até a madrugada gravando coisas e ouvindo. Tá, teve hora que acabei dando uma dormidinha básica e quando acordei as gravações já estavam meio fora de tempo - culpa de uma garrafa de vodka russa. Mas o processo é legal mesmo: antes de ir gravar num estúdio bom fazer umas pré-gravações assim é o que há.
No sábado o Alex foi lá em casa e conseguimos capturar alguma coisa das filmagens. Ainda não comprei a placa de fire wire, mas não usei USB e sim a entrada da placa de captura que tá instalada, e o Pinacle Studio 8. Foi teste, acabei botando tudo fora depois, capturei dois gigas com a resolução errada (mais alto que largo, tsc, tsc, tsc). De noite ensaio, mudamos de estúdio. O lugar é engraçado, quando a gente chegou o João já veio falando "só os perigoso...". O lance de ter um espelho dentro do estudio é sensacional, você pode inclusive ver o quanto ridículo pode ser fazer alguns gestos - ou o quanto é genial. A mesa também fica lá dentro, então no próximo dá para levar o pedal novo para testar...Outra coisa: funciona a madrugada toda, então se quisermos marcar das 2 da manhã às 4, tá valendo.
Domingo é dia de colchão no chão da sala.

Alguém ainda acredita...

...que o que toca no rádio e na tv ou recebe crítica elogiosa é bom?
É deprimente... Da Veja (senha da semana: Aimores):

"A gaúcha Elis Regina (1945-1982) nunca precisou do marketing para ser reconhecida como cantora: teve apenas de unir seu talento como intérprete a um bom repertório. No caso da filha de Elis, o marketing
é tudo
. Nos últimos dois anos, a gravadora Warner empenhou mundos e fundos para impulsionar sua carreira de cantora. A companhia vende a artista como uma espécie de reencarnação da mãe – e ela se prestou a esse papel, emulando o estilo de Elis. A Warner gastou mais de 1 milhão de reais para promover seu disco de estréia, em 2003. Lançado há três semanas, o segundo álbum da cantora saiu da fábrica com uma
tiragem de 250.000 cópias. Mas, como a Elis genérica já não é novidade para ninguém, a gravadora valeu-se de um expediente manjado no meio musical para divulgar o disco: o jabá, aquela lembrancinha que alguns
radialistas e jornalistas recebem para "dar uma força" aos lançamentos.


A companhia presenteou trinta críticos de música de grandes veículos com mini-iPods – tocadores de MP3 cujo preço nas lojas varia entre 600 e 1.000 reais. O objetivo era, obviamente, conquistar a simpatia dos jornalistas. A Warner prefere uma desculpa esfarrapada: o presente seria necessário porque o disco atrasou na fábrica e, com o iPod, os jornalistas que iriam entrevistar a cantora poderiam ouvir suas músicas de forma mais prática. Claro. O "mensalinho" da filha de Elis surtiu o efeito esperado: quase nenhum crítico agraciado ousou fazer comentários negativos sobre o disco (que, aliás, é bem ruim). A maioria escreveu resenhas e perfis chapa-branca – cuja tônica, curiosamente, é que a moça estaria se emancipando da influência materna. A revista IstoÉ publicou que Maria Rita "está cantando esplendidamente". Sua derivada, a IstoÉ Gente, lhe dedicou uma capa. No caso do jornalista da Época, a Warner matou dois coelhos de uma cajadada: ele escreveu uma matéria simpática na revista e outra mais elogiosa ainda na Bravo!, publicada pela Editora Abril, o mesmo grupo de VEJA.

Poucos veículos recusaram o jabá da gravadora – foi o caso da Folha de S.Paulo, que devolveu o iPod, e do jornal O Globo, que ficou de fora da festa por não demonstrar interesse numa entrevista com a cantora. Entre o pessoal que não recusou o iPod, foram raras as notas dissonantes. O crítico do Jornal do Brasil esclareceu em sua resenha que recebeu um iPod mas ficou em cima do muro – disse que a cantora tem "talento até com repertório pouco inspirado". O jornalista de O Estado de S. Paulo também ficou no morde-e-assopra – elogiou, mas ponderou que falta à cantora o "batismo da sarjeta". Como disse um ganhador do brinquedinho, a filha da Elis "tá iPodendo".

Orkutspam

Experimentem, assim como eu, ficar quatro ou cinco dias sem acessar aquela bomba que virou o Orkut. Os scraps da gente são inundados de spams e floods malditos, que você têm que ficar apagando.
Agora imagina na época das eleições...
É floda.