Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

24 outubro 2005

Resumo da Ópera

Sexta enfrentamos o dilúvio portoalegrense e fomos à NEO, na companhia fina de amigos, não sem antes assistir ao famigerado filme do Batman... O que gerou algo engraçado no decorrer da noite, aliás, bem ao final da noite, onde as frases não paravam de ser repetidas após tantas e tantas cervejas...
A pista Scape sofreu uma pequena inundação inicial, mas nada impediu as danças transloucadas. Pegamos com o C@c@ flyers do show do dia 11 e cartazes. De lá andamos meio sem rumo por Porto Alegre e àquelas horas não encontrei o aniversário da Carol. Pegamos uma quentinha para o casal Andrea & Edson e rumamos para nossas casinhas. O mundo já estava um pouco mais seco.
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Sábado ensaio entre cinco. Definir urgente repertório. "Jesus..." está mais curta, ainda assim muito boa. Gostaria de ressucitar algumas, como Marketing, mas não sei...
Na madrugada não aguentamos ver o Nosferatu do Herzog por inteiro.
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Domingo de votação. Esperneei aqui e ali, o Santana publicou textos aqui escritos enviado pelo Andréa e no fim nem votei: justifiquei. Ir até o Texas me cansa um pouco. Passamos rapidamente nos Osterkamp para uma breve discussão política de domingo e rumamos ao Gazômetro, para pegar o último filme do Festival de Cinema Fantástico: Suspiria, de Dario Argento, a qual já havia postado o cartaz aqui.
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Tentativa de adaptação de um ensaio de Thomas DeQuincey sobre "As Três Mães" (bruxaria pesada), o filme é de uma beleza estética absurda fantástica. Fotografia e arquitatura me lembravam aquele louco do Gaudí, apesar de ser dirigido por um italiano, sobre uma americana, na Alemanha. As cores quase machucam os olhos e a intensidade do vermelho em tudo, nas paredes, móveis, nas unhas sendo pintadas, no sangue (claro!) e na iluminação, é algo lindo de se ver. Li que após filmado as cores foram realçadas, saturadas, de forma a ficar quase artificial. É um filme para sentir, ouvir, perceber. E não para rir, como certos delirantes descolados que estavam por lá. Eu sinceramente não entendia o motivo das risadas - pareciam adolescentes assistindo Sexta-feira 13 - e mesmo o filme sendo meio absurdo não fazia sentido as gargalhadas fora de propósito. Era como que para provar que não levavam a sério, ou que não estavam com medo, algo digno de tratamento psicológico. É sabido que o diretor utiliza-se do recurso de fazer cenas exatamente exageradas - como nas mortes iniciais do filme - então não entendi as exaltações/emoções alteradas.
A trilha sonora do grupon Goblin é algo a parte: extramente bela, aterrorizante para se escutar num quarto escuro. Saímos de lá com uma caixinha de música tocando nos ouvidos, junto a sussurros e gritos abafados de "witch!", intercalando com um baixo pesado e ecos de um coral apavorante. Se alguém tiver, sim, nós queremos!
1. Suspiria
2. Witch
3. Opening to the Sighs
4. Sighs
5. Markos
6. Black Forest
7. Blind Concert
8. Death Valzer
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Ah, e ainda consegui ver a repetição do Nosferatu do Herzog, no canal da Ulbra, 21.