Ensina-me
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Aaaahhhhh, o amor...
Sórdido embuste pelo qual a natureza nos leva a continuar a espécie...
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É difícil, cada dia mais, tentar se explicar e se entender, porque todas as nossas autodefinições são baseadas numa vida que já vivemos. Então, se escolho ser outra, ou diferente, ou viver de outro modo de repente, não serei mais nada do que fui antes? Será justo comigo ou com os outros? Eu acho que até posso nos entender olhando prá trás, mas acho que merecemos viver, e talvez a única opção seja olhando prá frente.
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Essa saudade, que me atormenta...
Essa saudade de algo que desconheço, sempre esteve aqui. Às vezes batia numa tarde, sozinha, olhando pela janela. Tinha até um cheiro especial...Transformar-se, por vezes parece tão especial, mas alguém me fala que não, daí a gente diminui de novo, sente-se ridículo. Ser ridículo será a chave da liberdade? Libertar os sentimentos que não se sabe que tem, mas se espera muito, por mais que doa demais, até sangrar, até dar vontade de se cortar devagarinho, devagarinho, mas a minha pele branca fica sempre marcada, até com o beijo do mosquitinho, que ódio, ah, me passa o copo logo.
Aquele a quem você confia seu segredo torna-se senhor de sua liberdade.
(La Rochefoucauld)
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