Império do Sono (para Cláudia)
Três horas de filme e acabamos voltando para casa, sem ir para o Beco, ali pelas 3 da manhã. Não tenho a mínima condição de falar sobre o filme sem asssistir de novo e mesmo assim não vou ter mesmo. Bom que o Guilherme topa. Mas em casa. Só sei que me vi sozinha entre quatro cadeiras de cada lado, morrendo de frio e levando uns sustos de vez em quando, como se revendo uns sonhos recorrentes bem assustadores, apesar das risadas sobre alguns diálogos de vez em quando. Quando a gente entrou já não tinha mais lugar e sentamos todos separados. E toda aquela gente que saiu, prá que entrou? Primeiro, o casal do lado direito irritava muito. O cara inventava um monte de bobagens para tentar explicar para a namorada o que estava acontecendo. Inventou que os poloneses estavam falando uma língua inventada. O casal do lado esquerdo ficava irritado com o que o do lado direito falava, e eu encolhida no meio, com as pernas prá cima para me aquecer, e as meninas trocaram de lugar com os namorados. Surreal. O casal da direita foi embora perto da 01:10 da manhã. O casal da esquerda tentou insistir. Aí começou assim: "se tu quiser ir a gente vai, não me importo..." E ela: "É que to com tanto frio...". Olhavam no relógio do celular o tempo todo. Acabaram indo embora às 02:20 da manhã. As meninas da frente? "Desculpa ter te trazido..."
Narrativas lineares não fazem parte mais da minha vida ultimamente. Não sei se é sonho ou pesadelo, mas até que tá divertido.
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