Sim, doce, porque a docilidade do mundo inteiro mora dentro de um corpo só, que sofre em se redividir, e mesmo dentro de tanto sofrimento, consegue amar acima de qualquer coisa, e aceita o meu amor, que é o maior do mundo também, do jeito que ele é. É grandioso e bom, é a melhor pessoa que conheço no mundo inteiro.
E eu sou um algo descontrolado, que insiste em perder o rumo.
Ontem ficamos lá nós três. Ex.
Primeiro Pikachu Night, viagens da Islândia, gato Pepsi e cerveja.
Tá, é Pecha Kucha, mas tava engraçado prá caralho.
Porque será que as melhores coisas são as mais grosseiras, feias e transgressoras? Me dei conta do tão punk que me tornei e tenho que parar com isso. Deus, tenho que parar, me concentrar, me conter, não posso fazer um mestrado de arte quase odiando a arte, assim como quando me formei em publicidade, odiando publicidade. Sou assim indisciplinada, incrédula, arrogante, acreditando que o que é bom é o que não se estuda, é o que é natural, espontâneo. Minha sorte é ter a humildade de me saber errada.
Depois a noite em casa.
Eu cozinhando para os dois, antes da sessão cinema, bebendo cerveja em lata sem lavar, já tonta e despejando soja sem hidratar ao invés do gergelim, achando graça sujar todo o fogão.Nós três ali, nomeando os personagens com nossos nomes. Eu entre eles posso ser um deles sempre, posso ficar de calcinha e camiseta, são meus melhores amigos, são os meus meninos, que vão no banheiro e deixam a porta aberta, que recebem gritos para baixar a tampa do vaso pros gatos não se afogarem. Tenho tanto medo de perdê-los e fico pensando...
"o que é mesmo que estou fazendo?"
"vou ser uma colagem solitária cheia de gatos nesta província chamada Porto Alegre?"

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