Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

06 fevereiro 2006

Maldoror

Não existe hipótese alguma de encontrar as obras do Conde de Lautréamont/Ducasse, o maldito dos malditos, traduzidas, edição da Iluminuras. Aqui acha-se tudo em francês, mas haja tempo e sensibilidade para traduzir algo do tipo, com um texto quase surrealista.
Isidore Ducasse era filho de um funcionário do consulado françês de Montevidéu, que teve tempo apenas de nos legar sua estranha obra, antes de falecer com apenas 24 anos, em circunstâncias ainda inexplicadas. Já falei do moço em outras circunstâncias, no extinto blog que não era só meu.
Achei também este
link, de um suposto FILME (!).

"Minha poesia consistirá, só, em atacar, por todos os meios, ao homem, esta besta selvagem, e ao Criador, que não devia ter gerado semelhante criatura. Recebi a vida como uma ferida e não permiti que o suicídio curasse a cicatriz. Descobriram em minha fronte uma gota de esperma, uma gota de sangue. A primeira havia brotado dos espasmos de uma cortesã!... A segunda havia saltado das veias do mártir!... Odiosos estigmas!... Pois bem, escuta... a confissão de um homem que lembra ter vivido meio século, sob a aparência de um tubarão, nas correntes submarinas que varrem as costas da África... Não arrojarei a teus pés a máscara da virtude... teu respeitoso discípulo na perversidade, porém, não como um temível rival.. já que não te disputo a palma do mal, não creio que outro o faça: antes deveria igualar-se a mim, o que não é coisa fácil... a montanha já não está alegre... permanece solitária como um ancião... as casas existem, mas não se poderia dizer o mesmo sobre aqueles que nelas já não existem".