Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

24 novembro 2005

Miséria Humana

São muitas às vezes que meu editor predileto evita certos assuntos das pautas diárias assim que põe os pés em casa, mesmo que vá dormir pensando no assunto. O amor o impede e o impele a uma certa proteção paternal de não me aborrecer, não me chatear e, principalmente, não entristecer esta alma sensível.
Assunto inevitável por estar em vários episódios jornalísticos, o crime do menino de GVT parece cada vez mais horrendo, mais hediondo. O que transforma um ser humano, que um dia foi bebê como qualquer um, amamentado, e há pouco criança, que brinca como qualquer uma, num monstro tão grande e grotesco? Existe o Diabo, e ele está embaixo da pele de muita gente, em uns mais na superfície, como uma celulite grosseira, em outros encrustado até nos ossos.
Espanta-me ter que admitir, nesse sentimento que confunde-se com preconceito (mas na verdade pura estatística), que no meio da vila e da pobreza tudo é mais normal, mesmo a anormalidade.
Relembro o tema da morte que pretendo dissertar. Também a inaptidão generalizada para com a morte gera três tipos de fenômenos distintos, mas relacionados entre si:
1. a banalização da morte;
2. a espetacularização da morte;
3. e a pornografia da morte.

Este caso junta todos eles.