Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

01 junho 2005

Quando o virtual se ausenta...

...é porque muita coisa acontece na vida real.
Post longo, cuidado.
Para melhor digestão, fotinhos intercaladas do show do dia 26 no Garagem Hermética.
Fotos do André Mags (lê aqui algo).



No sábado, dia 21, fomos com o Herculano, a Priscilla e o Mau no tal do Bar do Nito. É como se vc estivesse entrando na Lapa, anos 50. E o cara é a lata doVinícius, poetinha. Depois chegou um monte de amigos e o Martinelli chegou a fazer uma parceria com o Nito, que além de dono é quem nos brinda com um monte de belas canções no violão. Encarnando a dupla Vinícius e Toquinho, cantaram Escravo da alegria:
Eu que andava
Nessa escuridão
De repente
Foi me acontecer
Me roubou
O sono e a solidão
Me mostrou
O que eu temia ver
Sem pedir
Licença nem perdão
Veio louca
Pra me enlouquecer
Vou dormir
Querendo despertar
Pra depois
De novo Conviver
Com essa luz
Que veio me habitar
Com esse fogo
Que me faz arder
Me da medo
E vem me encorajar
Fatalmente
Me fará sofrer
Ando escravo da alegria
Hoje em dia
Minha gente isso
Não é normal
Se o amor e fantasia
Eu me encontro
Ultimamente em pleno
Carnaval



Depois disso fomos para o Garagem. Encontramos o Klamt lá. Sinceramente, estava muito ruim. Era a festa da Peligro, não tinha muita gente, mas nem por isso. É que o som estava muito ruim, muito hypado, se é que me entendem. Depois veio aquele Tony da Gatorra se apresentar. Agora, falo por mim, ok? Que merda é isso? É muito ruim mesmo, eu fiquei até com dó. Besteirol que querem transformar em modernice bizarra, do tipo é tão ruim que é legal. Não é. Sinto muito, mas não engoli. Valeu por encontrar o Doug, há tanto tempo que não nos víamos. E por conhecer melhor uma menina que tem alma limpinha, doce como algodão doce.



No domingo tivemos outro ensaio bom. Na madrugada de sábado, em casa, eu, Martinelli e Klamt já havíamos dado uma ensaiadinha. No estúdio tudo correu muito bem, e Duplo ficou muito boa no estúdio b. Depois fui eu e a Desirée nos shows do Museu do Trabalho: She's OK, Irmãos Rocha! e Justine. Estava bom, um frio "de congelar os ovários", buscamos a Lisi antes. Achei Justine bem chato, mpb tipo Trama - parecia que esqueceram o que era rock. A vocalista me frustou, isso acontece quando as pessoas exaltam de tal maneira que a expectativa fica lá em cima. A voz era comum, tipo artista de elevador da Trama mesmo, bem certinha, mas sempre igual, acho que poderia ser bem mais explorada, mas quem sou eu... Shes'OK fez um show muito bom, adoro vocalistas performáticas, estavam bem entusiasmados. Só achei um pouco longo para uma noite de domingo, três bandas. Dessa vez não vi Irmãos Rocha, acabamos indo embora no inicinho.



Terça foi meu aniversário real. Foi especial, tanta gente me ligou, me enviou emails, scraps, cartões virtuais e pombos correios que nossa... No trabalho fizeram fiasquinho, cheguei e meu computador estava completamente fantasiado de preto e roxo, papel crepon, balões, bolo, presente... Em casa mais festinha surpresa, balõezinhos e sorvetão com velas, só para dois. Ainda saímos e me esbaldei, restaurante caro e champagne = leve susto na conta. Azar.



Quarta fiquei vendo "O Fantasma da Ópera" em casa. Que belo! Será que se me vaiarem num complô mesquinho e combinado, por eu me recusar a ceder meus encantos aos jurados do próximo Festival e eles baixarem meu vocal para que saia uma voz de mosquito, eu me atiraria no Gaíba? E aí o Martinelli, meu maestro, sofrendo de amor e raiva, enlouquecido, quebra a cara de um pulha e mata outro, e acaba se envolvendo num acidente cruel durante a briga, lá no Garagem, e acaba salvo por um fã demente daqueles que só a gente tem, e fica morando eternamente no subsolo do GH, assombrando aqueles que merecem serem assombrados e jamais farão sucesso fora da Famecos? Nah, ninguém se mata por aqui. Depois do choro vem o esporro, e isso é só questão de tempo, como me disse o padrinho, meu Dom.



Quinta-feira 26, dia do show. Fiquei só em casa, meu vocalista preferido e responsável editor de jornal foi ao trabalho. Preparei tudo, mais o baú de salgadinhos, e fui com Seridée no aeroporto, buscar minhas encomendas: presentes de mamãe, de maninho e meu corset maravilhoso, um luxo só. Um relógio pulseira magnífico, posters soviéticos da década de 20, lindos de morrer, um dvd do filme Sid & Nancy (me dei conta que na época em que eu via e era apaixonada pelo Sid Vicious, me cortando com estiletes, eu era na verdade apaixonada era pelo Gary Oldmann, haha). Passagem de som entre amigos. Voltamos em casa antes de retornar.



Realmente o show foi muito além das expectativas, para uma quinta, de feriado, com tanta gente tendo que ou ir trabalhar sexta ou tendo ido viajar. Na verdade, nunca tinha visto tanta gente numa destas quintas, apesar de não ter ido em todas. Foi lindo, muita gente conhecida, amigos de tempos, outros que sempre aparecem e que mal conheço. Meus sinceros agradecimentos.



Seven2nine começou a noite fazendo fãs. Eu esqueci de ver se eles tinham cds gravados das composições, e quando soube já era. O vocal do Jax é "massa" - como diz o Arlen. Fizeram um bom show, creio que melhor que na estréia, conciso, guitarreiro, animado. Eu achei nosso show uma beleza *beijo estalado nos dedos juntinhos*. Ok, foi mais punk que de costume, ok, Duplo não ficou lá essas coisas como no ensaio, mas foi tudo muito bom e performático. Teve até mosh! Desirée estreiou guitarras na segunda parte do show, que se me lembro teve o seguinte setlist:
26
Silêncio
Infância
Simples
Cocaína
Última
HIV
Duplo
Liga prá mãe
Vida de Supermercado
Bananas
Aquela



Aliás nunca seguimos o set, tudo sempre depende do andamento do show, do que pedem, gritam, e do que de repente alguém puxa tocando, para surpresa dos demais. Terminamos loucamente com Aquela, e em meio a gritos orgásticos de repente veja aquelas mulheres ali, me apontando um "batonzinho". Eram as meninas da Biônica, de SP, que iriam tocar sexta em Caxias e sábado ali mesmo. Quando peguei na mão foi inusitado: era nada mais nada menos que uma espécie de vibrador. Uhhu! E Guido Crepax se fez presente. Aliás, entreguei um cd para ela depois, em troca dos favores, quer dizer, em troca do momento de prazer. O resto da festa foi legal, dançamos e conversamos muito. Duas horas de sono prá mim, e de volta ao cruel mundo das tintas.



Na sexta passei lá no Alexandre, aniversário. Rafael já estava lá. Não sei se por causa de excessos, má alimentação ou pouco sono - ou pelo coquetel todo, bastou tomar uma long neck para estreiar o sanitário com a boca. Prá casinha, cedo.



Sábado Garagem de novo. Muita gente. Não encontramos os futuros acidentados. Encontramos muitos amigos, dancei muito, não pegamos o show da Planondas, vi pouco do show da Biônica, mas eles se divertiam mesmo, e como já disse aqui, adoro vocalistas performáticas. Seria bom ver tanta gente em outros shows. Não gosto de pensar em Porto Alegre como uma província, onde os lugares enchem quando vêm alguém de fora. Todo lugar é igual, não há escapatória.



Atualizando: descobri agora que o meu + 1 na lista de quinta foi barrado (?). Segunda sacanagem, a primeira é esta dos cabos, mas deixa prá lá, assunto interno por hora...