Sobras quentes
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Porque essa inércia das pessoas vis enjoa, que rodam em círculos sem achar seus caminhos, que mentem e depois choram deitadas nas suas camas, em volta de mentiras bonitas que constroem para si. Não, não pensarei na possibilidade do contrário ter ocorrido, porque sou pessoa aberta, que aguarda, que reconhece, que observa, sem esparar o pior. Poderia ter sido diferente, com desejos e afins agradáveis para rir, mas não veio, veio a maledicência, a escravidão de um fogo apagado. Não é para cansar, encher o saco?
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Então enfeito minha noite, com "Irish Blood English Heart", porta do escritório aberta para a sacada, um beijo me chamando, unhas recém pintadas, bolsa DG de verniz preta a caminho, amigas no msm, chaves mexendo na porta, assovios, um arrepio de delícia na nuca, mais um chamado, sorriso crescendo na boca. Ah, como é bom sentir o próprio perfume. E me disse o Cláudio, e me disse a Clarice. Hoje eu quero viver o mundo como se tivesse seis anos de idade e sete vidas pra gastar. Hoje já não me basta uivar, chutar paus e barracas, protestar e duvidar. Hoje preciso amar. Porque quando o verbo se fizer carne, sei que nada me salvará.
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