Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

03 agosto 2005

Sobras quentes

Ficaria mais contente se as vacas morressem e se tivesse uma Moi-même-Moitié em Porto Alegre. Se máfia fosse literatura, chapéus e homens bem vestidos, e não uma fudida fila do inss e corpos cinzas no sus. E o filho do ventilador foi barrado na escola: - só passa se pagar mensalão! Mesmo assim, sou hoje mais feliz que todas as vacas, malhadas, de tetas caídas, gordas ou velhas. Mon amour, mon petit, que bela baguete... Comprei mais suco de laranja, para beberes todinha a caixa pela manhã. Ah, que vento agradável e fresco! Um mentolado, por favor. Fogo? Obrigada, cavalheiros!
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Porque essa inércia das pessoas vis enjoa, que rodam em círculos sem achar seus caminhos, que mentem e depois choram deitadas nas suas camas, em volta de mentiras bonitas que constroem para si. Não, não pensarei na possibilidade do contrário ter ocorrido, porque sou pessoa aberta, que aguarda, que reconhece, que observa, sem esparar o pior. Poderia ter sido diferente, com desejos e afins agradáveis para rir, mas não veio, veio a maledicência, a escravidão de um fogo apagado. Não é para cansar, encher o saco?
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Então enfeito minha noite, com "Irish Blood English Heart", porta do escritório aberta para a sacada, um beijo me chamando, unhas recém pintadas, bolsa DG de verniz preta a caminho, amigas no msm, chaves mexendo na porta, assovios, um arrepio de delícia na nuca, mais um chamado, sorriso crescendo na boca. Ah, como é bom sentir o próprio perfume. E me disse o Cláudio, e me disse a Clarice. Hoje eu quero viver o mundo como se tivesse seis anos de idade e sete vidas pra gastar. Hoje já não me basta uivar, chutar paus e barracas, protestar e duvidar. Hoje preciso amar. Porque quando o verbo se fizer carne, sei que nada me salvará.
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