Indizível
"Primeiro, eu emparelharia com o automóvel pela esquerda, à velocidade de um bólido, na esperança de ultrapassá-lo. Então, ele aceleraria mais e me impediria pouco a pouco de fazê-lo, afastando-se de mim à potência do seu motor. Exatamente esse tempo da sua arrancada, que revela minha impossibilidade de ultrapassá-lo (n.m.: ou alcancá-lo), e depois, de segui-lo, é a imagem do objeto que ... se persegue: o objeto só é seu à condição, não de ser capturado, mas, no extremo do esforço, escapar aos termos de uma tensão impossível. Ao menos, na arrancada de um automóvel mais rápido, eu atingi a felicidade que me teria no fundo escapado se ela não me tivesse, segundo a aparência, excedido. É que o automóvel mais forte não capta nada, enquanto o automóvel mais fraco, que o segue, tem consciencia da verdade da felicidade no momento em que o mais rápido lhe dá a sensação de estar recuando." (Bataille)
Mas sensação não é nada.
<< Home