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12 janeiro 2007

Ameaças

NÃO ABANDONE ANIMAIS E DENUNCIE O ABANDONO,
POIS É CRIME FEDERAL!!!!


Em função da matéria divulgada abaixo, pelo jornal Zero Hora, voluntários do Movimento Gatos da Redenção foram acordados às 6h da manhã desta sexta-feira com ameaças pelo telefone de suas residências.
Do outro lado da linha, uma pessoa, fingindo uma voz rouca e um português duvidoso, ameaçava:
"Nóis vai matar todos os gatos a pauladas porque vocês disseram que eles matam os passarinhos. Nóis vai apagar vocês também."
O número foi reconhecido pelo identificador de chamadas de uma das residências como um telefone público localizado em um condomínio na Rua dos Andradas.

REPORTAGEM:

Animais
Gatos viram ameaça na Redenção
Bichos abandonados no parque de Porto Alegre põem em risco pássaros
CARLOS WAGNER



Uma prática de moradores de Porto Alegre, acentuada em época de férias, coloca em risco os pássaros do Parque Farroupilha: o abandono de gatos. Os bichos de estimação ali deixados se juntam a dezenas de felinos que já vivem no parque e formam uma superpopulação que representa uma ameaça mortal para as aves e seus filhotes.

Área verde de 37,5 hectares cercada por edifícios, ruas e avenidas, a Redenção é um dos cartões-postais da Capital e a principal área verde da zona central da cidade. Por ali, passam e vivem milhares de pássaros de 60 espécies.

Os mais vulneráveis aos ataques dos gatos são os que pousam no chão, como o joão-de-barro, o sabiá, o tico-tico e o pardal, explicou Glayson Bencke, biólogo e pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica.

- Fazendo uma conta conservadora, vamos considerar que existam cem gatos no parque e que todos sejam bem cuidados e alimentados: em um ano, eles podem matar 5 mil passarinhos. O gato é um predador nato - observou.

Pela mais recente contagem, existem no local 130 felinos, 30 deles abandonados nos primeiros dias deste verão. Na estação, a prática é mais intensa, porque muita gente deixa os mascotes à própria sorte e vai veranear despreocupadamente, sem ter o encargo de cuidar deles.

Na semana passada, a administradora da Redenção, a veterinária Simoni Barcelos Gutkoski, flagrou pessoas deixando duas caixas com filhotes de gatos.

- Conversei, expliquei a eles a situação e avisei que não poderiam deixar os animais no parque - comentou a veterinária.

A maioria dos mascotes é castrada e de bom aspecto

Simoni mencionou que, em um relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de 1999, técnicos recomendam a eliminação dos gatos na Redação para evitar riscos à integridade dos pássaros. Ela discorda da recomendação.

A situação só não se transformou em um problema ainda maior para população graças ao Movimento Gatos da Redenção, ONG fundada em 2001. A entidade se dedica a alimentar, cuidar da saúde e procurar novos donos para os animais abandonados no parque.

- O verão é a pior época do ano para nós, porque cresce o número de gatos abandonados no parque e diminuem as adoções, por ser um período de férias. Já fizemos 810 doações de gatos - informou Maria da Graça Zanotta, agente de viagens e uma das fundadoras da ONG composta por 10 colaboradores fixos e inúmeros voluntários.

Diariamente, Maria da Graça e colegas distribuem aos gatos três quilos de ração, dois litros de leite e dois quilos de carne. Ela disse que o perfil do animal abandonado é bem diferente daquele que vive na rua. São bichos de estimação que recebiam cuidados:

- São dóceis, bem alimentados e a maioria é castrado. Eram bichos de estimação até que seus donos cansaram deles e os abandonaram à própria sorte.