Meus delírios, divagações, realidades e esquizofrenias, a quem interessar possa. Se viestes até aqui por bem, ego venia divinus indulge. Se por mal viestes, qui unum manus imprecatio divinus indulge. Danger: "Reperio scrobis et doli". Os comentários relativos aos posts deste diário são de responsabilidade dos visitantes, bem como condutas impróprias de clonagem de identidade em outros sites. Dúvidas, reclamações, declarações de amor? Email-me.

04 outubro 2006

Hoje é o Dia dos Animais!

É assim porque o dia 4 de outubro é dedicado a São Francisco de Assis, o protetor dos animais (aquele, do Irmão Sol, Irmã Lua, lembram?). Seus ensinamentos refletiam um profundo amor ao mundo natural e respeito pelas mais humildes das criaturas. Amava e respeitava as pessoas, mas, ao mesmo tempo, protegia animais e plantas, a quem chamava, carinhosamente, de irmãos. Nunca consumia mais do que o mínimo necessário para sobreviver, hábito incentivado por onde passava. Ficou conhecido como o protetor dos animais e da lavoura. Em 1979, foi proclamado pelo Papa João Paulo II como o "Santo Patrono dos Ecologistas".




O São Francisco lá de casa é todo colorido e cheio de pombinhas, lindão mesmo. Eresia? nada, ele nem se importa, fica atento o dia todo cuidando da Agda e do Gorki, e me dá a bênção todo santo dia quando chego em casa, mesmo quando as notícias não são boas, como neste final de semana, que perdemos mais um felino na Redenção. Ah, já leram a pop-up do site? Infelizmente tivemos que colocar algo do tipo...

Reescrevi um texto meio, para reflexão neste dia, taí, favor leiam. Bjs a todos e bênção, São Chico!

É fácil fazer festas a um gato.
Difícil é conquistar um gato arisco e medroso, depois de maltratado.

É fácil ver um gatinho brincar e rir das suas piruetas e tolices. Difícil é ver um gatinho machucado ou morto por pura maldade.

É fácil acariciar o pêlo macio e bem cheiroso dum gato limpo e bem tratado. Difícil é sentir o cheiro das bicheiras dos pobres abandonados.

É fácil ter um gato em casa à nossa espera. Difícil (e muitas vezes caro) é ter de levar um gato correndo ao veterinário, por cupla de ferimentos inomináveis, muitas vezes irreversíveis.

É fácil pôr comida e água ao gato e esperar que ele coma. Difícil é ter de alimentar um gato doente à seringa, ou alimentar e aquecer um filhote órfão de duas em duas horas.

É fácil dar petiscos ao gato. Difícil é dar-lhe comprimidos ou vacinas, ou medicação cara a um gato doente.

É fácil chegar a casa cansado depois dum dia de trabalho, sentar-se no sofá e ver televisão com o gato no colo. Difícil é chegar a casa cansado depois dum dia de trabalho e saber que a primeira coisa a fazer é limpar o banheiro de todos os gatos, antes que eles explodam a bexiga por se recusar a usar a caixinha suja, ou limpar a bola de pelo que ele vomitou no chão (ou no sofá, ou na cama).

É fácil ir de férias ou de fim de semana e deixar o gato sozinho com comida e água. Difícil é levar o gato ou arranjar alguém bem legal que vá tratálo todos os dias e fazer-lhe companhia.

É fácil (para muita gente) afogar gatinhos recém nascidos ou deixá-los em caixas nas praças. Difícil (que nada!) é ser responsável e esterilizar os animais que temos em casa.

É fácil ter o nosso amigo à nossa espera em casa. Difícil é lidar com a perda dum animal que foi nosso amigo durante muitos anos.

É fácil ver um animal na rua em apuros, olhar para o outro lado e passar adiante. Difícil é parar, recolher o animal, ajudá-lo e perder tempo com ele.

É fácil ver um animal em apuros, passar adiante e avisar outros para que lá o vão recolher e ajudar,
com consciência tranquila por já termos feito a nossa parte. Difícil é assumir que ajudar um animal também é nossa responsabilidade, e não apenas dos outros (que muitas vezes têm as mesmas dificuldades que nós).

É fácil recolher um animal e entregá-lo a alguém para que cuide dele. Difícil é assumir essa responsabilidade, gastar dinheiro e energia com o animal e cuidar dele como se fosse nosso.

É fácil desistir quando as coisas se tornam difíceis e colocar o gato na rua ou despachá-lo para outras pessoas. Difícil é assumir que as dificuldades fazem parte da relação com um animal e assumir essa relação até ao fim da sua vida.

Não ache que ter animais é sempre difícil. Apenas tomem consciência que as coisas nunca são apenas fáceis, mas às vezes são difíceis, e por vezes muito difíceis.
Todas as decisões que envolvam animais devem ser tomadas com isso em mente, porque um animal é um ser vivo. Quando algo é difícil é muito mais compensador do que quando é muito fácil. Quando o resultado é positivo, é tão bom, mas tão bom, que confesso...vicia.

Ajudar animais pode ser feito por qualquer pessoa.
Não desculpe-se. Todos temos trabalho, estudo, falta de tempo, dificuldades e constrangimentos, todos somos forçados a escolher, pois não temos capacidade para acudir a todas as situações. O que nós fazemos não é de forma alguma extraordinário, simplesmente nós assumimos as dificuldades e cada um só dá aquilo de que é capaz.

Não é fraqueza nenhuma assumir que não temos capacidade para tudo e pedir ajuda. O que podemos e devemos evitar é esperar que sejam os outros a fazer as coisas. Também não é fraqueza nenhuma assumir que não podemos fazer algo em determinada altura, desde que não culpemos os outros por não o poderem igualmente fazer.